ESCRITOR E ÁGUA POTÁVEL SEMPRE ENTRAM PELO CANO

Seja em verso ou prosa,

Ao exercitar a arte,

Todo poeta faz parte

De um mundo cor de rosa,

Onde vigora a famosa

Máxima, de cujo plano,

Entra ano e sai ano,

Escapar não é provável:

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

É verdade que o artista,

Em qualquer modalidade,

Passa por dificuldade,

Para agradar a vista

Do cidadão ao turista,

Ante o ato soberano

De quem julga, leviano,

O que não é agradável.

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

Se publica sua obra,

Ganha editor e livreiro,

Mas ao autor, altaneiro,

De fato, pouco lhe sobra,

Já que tudo se lhe cobra,

A título de perda ou dano,

Num esgar quase profano,

D’alguém pouco confiável.

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

Assim, resta, simplesmente,

Esperar que algum dia

Haja uma melhoria

Na situação vigente,

Que se plante a semente

De sistema mais humano.

Do contrário, ledo engano,

Pensar tornar-se notável.

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

Obrigado, mestre Jacó, pela esplêndida interação.

O ataque começa em casa,

Pois vivemos trabalhando...

A patroa nos diz em brasa,

Não vejo dinheiro entrando...

Também acho lamentável,

Mas não tenho novo plano...

Escritor e água potável,

Sempre entram pelo cano...

(Jacó Filho)

Obrigado, Jogon, pela bela interação.

Isso quando não tem

Sua obra plagiada

Disfarçada ou maquiada

De um jeito leviano

Aí escritor é água usada

Que entra por outro cano.

(Jogon Santos)

Obrigado, Guida, pela magnífica interação.

E o trabalho continua

Pouco estamos ganhando

Não é culpa minha e sua

É o governo nos esfolando

Queremos uma vida estável

Mas nesse mundo insano

Eu tento ser sempre amável

Mas eu sempre me engano

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

(Guída)

Obrigado, Miguel, pela excelente interação.

Status não se consegue,

E nem este paga contas,

Nossa pele cria pregas,

Dedicação perde a conta,

A coisa é intragável,

Escrever dar desengano,

Este mundo miserável,

Me faz assim tão profano,

Escritor e água potável,

Sempre entram pelo cano.

(Miguel Jacó)

Obrigado, Maria Jose, pela linda interação.

Pra quê dinheiro entrando

se a felicidade não tem preço

entrando pelo cano

isso é tudo que mereço!

(Maria Jose)

Obrigado, Maria do Carmo, por tão bela interação.

Não bastasse a censura

A todo tempo cobrando

Levando-nos à loucura

Sempre nos desanimando

Querendo mais qualidade

Tirando a espontaneidade

Sempre apontam algum notável

Pra ficarem comparando

Escritor e água potável

Sempre entram pelo cano.

(Maria do Carmo Fraga)

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 08/11/2013
Reeditado em 11/11/2013
Código do texto: T4561839
Classificação de conteúdo: seguro