Cordel para o Ensino & Popularização da Ciência
Dessas muitas poesias
Que existem neste país
Conheci desde menino
A que me tenho aprendiz
Assim corria para ler
Agora venho escrever
Pois era o que eu sempre quis...
O cordel veio da Europa
Pelos colonizadores
Tem descendência dos Árabes
E também aboiadores
O verso chama cantiga
Cada rima dando liga
Veio assim os cantadores.
Aportando no Brasil
Ganhou força no Nordeste
Com Pirauá e Leandro
Dois Paraíba da peste
E o cordel se espalhou
Que todo mundo gostou
De Norte ao Sul e Sudeste.
O cordel veiculou
Pelas brenhas do Sertão
Em brejos, matas, entranhas
Todo canto do rincão
Onde não tinha cartilha
Se lia mourão ou sextilha
Tinha alfabetização.
Eram contos e histórias
Romances e alegrias
Violeiros e cantigas
Cantadores, poesias
Tudo bem cadenciado
E hoje é metrificado
Dizem as Academias.
E com todo esse conjunto
Nossa cultura formou
Chegou a todos os lares
E nossa história contou
Foi também noticiário
Mais verdade que em Diário
Que o Recife publicou.
Foi assim que sucedeu
A fama de Lampião
João Grilo e Pedro Cem
Travessuras de Cancão
Princesas e Testamentos
Cachorros, casamentos
Mysteriozo Pavão.
O Cordel ganhou espaço
Assim foi parar na Escola
Lecionou na sala-de-aula
Tirou pombo da cartola
E soletrando a lição
Acordou Educação
Mostrando que é bom de bola.
E muitos anos depois
Os professores levaram
Cordel pra Universidade
E assim valorizaram
Por isso faço excelência
Ao cordel e sua essência
E àqueles que inventaram.
Quando falamos de ensino
Temos a nova temática
Nesta vertente o Cordel
Vem desenhando a Didática
Vem buscando a relação
Mais contextualização
Resolvendo a problemática.
Para escrever um cordel
É preciso paciência
Tem muito que pesquisar
Pra conhecer abrangência
E juntar várias ideias
Desde lá das Odisseias
Até falar de Ciência.
Como um recurso didático
Já vem sendo utilizado
Porém muita precaução
Pra não ficar isolado
Então dentro da proposta
Teremos melhor resposta
Com o ensino articulado.
Vem espaço pra pergunta
Em relação dialógica
O aluno interagindo
Com sua própria pedagógica
Assim teoria e prática
Dinamizam a estática
Solução metodológica.
Uma ideia inovadora
Buscando compreensão
As métricas do Cordel
Aumentando a atração
O lúdico traz a arte
Com música em toda parte
Mais rima e ilustração.
Desta forma percebemos
A cultura se expressando
Com escrita e oralidade
Com aluno raciocinando
Vem o tema que interessa
Imaginação com pressa
Refletindo e criticando.
E assim nosso cordel
Escreve uma nova história
Educando cidadãos
Para ficar na memória
Formando pesquisadores
E também os professores
Marcando nossa vitória.
A ciência no cordel
Já garantiu seu lugar
Tem tese e dissertação
Que podem corroborar
A ciência leva à cura
Inspira literatura
E não podemos negar.
Não podemos esquecer
Do poder da informática
Pois juntando com cordel
Resolvemos matemática
Entendemos geografia
Conhecemos biologia
Soletramos a gramática.
Fazemos ponte com física
Reforçamos português
Observamos os insetos
Ensaiamos em inglês
A saúde orientar
E as plantas pra falar
Da química do francês.
E o Cordel vem crescendo
Para popularizar
Conhecimento científico
E assim valorizar
Faz o povo enriquecer
O Brasil desenvolver
E a todos divulgar.
Erudito e popular
Podemos então unir
E do simples ao metódico
Em um elo definir
Elaborando um cordel
Interpretando papel
Com Ciência construir.
O cálculo desenvolve
Num romance que contamos
E o caso se resolve
Num conto que caminhamos
Estimulamos leitura
Ratificamos cultura
E ensino recriamos.
Recreação científica
Que levemos para os lares
E em cada sala-de-aula
Com cantigas escolares
Poesia itinerante
Ciência a todo instante
E tarefas populares.
... Um dia meu pai me mostrou
Logo achei interessante
Aquela história engraçada
E com rima a todo instante
Ele achava divertido
Com todo mundo entretido
Uma leitura vislumbrante.
Boa Vista do rio Branco – RR, 03 de novembro de 2013.