Peleja entre a privada e o bidê

Diz a privada pro bidê,

que inveja tenho de você

nádegas louçãs a deslizar

e você, além de admirar

a esguichar sempre pronto

de fadas não é um conto?

Pois veja como a vida é

seu lugar me é mais de fé

minha cara privada

se comigo bunda é lavada

é parte da profissão

esguicho sim, mas olho não

Mas como é que não olha

se a todas elas molha

tou certa de que as penetra

ainda que de forma discreta

e além da boa lavagem

quem sabe dá sacanagem?

Vire pra lá essa boca

comadre, cê ficou louca?

é bem limpo o meu serviço

e nunca jamais passo disso

Mas voltemos a você

estou certo de que mais vê

Vejo o que não concebo

e cê sabe o que recebo

sou a salvação de toda hora

conheço até muito u que chora

mas a descarga é minha sorte

sem ela, me leva o odor à morte

Eu concordo com você nesse ponto

seu vizinho já fiquei tonto

mas mesmo quem chega de costa

ainda assim de você bem gosta

e como não ser querida

aliviando tanta vida?

Mas quem acerta na bigorna

é você, compadre, com sua água morna

e comigo, vamos, deixe de treta

vai me dizer que não gosta de uma

prum negócio tão aveludado

seu esguicho não é melhor jorrado?

Disso me queixar não posso

mas se o esguicho não engrosso

chego a ser maltratado

às vezes até ignorado

e com a infâmia me pagam

quando em mim, por desdém,cagam

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 27/10/2013
Reeditado em 24/09/2022
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