Algodão colorido
Você é o ouro branco
O leve toque da pluma
No cordel eu sou franco
Poeta não se apruma
Que até o algodão doce
É branco da cor da neve
E se um poeta eu fosse
A rima era: até breve!
Meu algodão colorido
Menina, você tem fibra
Coraçãozinho que vibra
Que canta ao teu ouvido
Morena, negra semente
Pureza que colho à mão
Leveza não sai da mente
Tu és maçã do algodão
No friso do teu cabelo
A forma do teu capulho
Planto na rima do apelo
Colher-te é meu orgulho
Eu plantei na agricultura
As varinhas de cotonete
E no teu corpo a fartura
Que sigo pintando o sete!
Este cordel não é praga
Menina, não sou bicudo
É um poema que te afaga
Pois, sou poeta cascudo
Do algodão ecológico
Fiz orgânico este verso
Colher a pluma, é lógico!
Menina, na rima converso
Tu és o egípcio algodão
Na trama dos desafios
O poema é de coração
É arte de tecer os fios
És a flor do algodoeiro
Menina do branco puro
Amar de janeiro a janeiro
Termino cordel, eu juro!