BRINCADEIRA DE CORDEL NO REPENTE
BRINCADEIRA DE CORDEL NO REPENTE
Vocês conhecem Anna Lúcia
Ela é de João Pessoa
Terra de bons repentistas
Cantam na chuva ou garoa
Nunca vi paraibano
Que não fosse gente boa.
Mas parece que Anna Lucia
Tá negando a tradição
Em um dia é amiga
No outro não é mais não
Ela só pensa no neto
Deixa os amigos na mão.
Deixa os amigos na mão
Pra fazer bilu-bilu
No queixinho do netinho
Esteja vestido ou nu
Fica ela tão dengosa
Pensa no neto do sul.
Mas deixa a Anna de lado
Falemos da Paraíba
Tem repentistas dos bons
Seja em baixo ou em riba
Eles cantam com a viola
Encostada na barriga.
Tinha lá um governador
Ele era um dos "melhor"
Pinicava a viola
Em ré ou em sol maior
Era um passarinho brabo
Parecia um curió.
Quando em sua mocidade
Foi fazer uma serenata
Seu violão foi tomado
Que coisa mais insensata
Foi parar lá no Juiz
Que o guardou sob a bata.
Foi então o repentista
Pedir o seu violão
Mas pediu em versos brandos
Feitos com o coração
Que devolvesse o "bichinho"
Pois não tinha culpa não.
Mas o engraçado da história
O Juiz era repentista
Deu a sentença em versos
Em verso bom e simplista
Liberando o violão
Em muitos versos, em lista.
Quero que vocês me digam
Quem foi o governador
Talvez nem Anna saiba
Que tristeza Nosso Senhor
Se ela sabe nos diga
Me faça este favor.
Se não sabe peça logo
Da cidade de TAVARES
Que fica no seu estado
Lá no centro, tem bons ares
Mas também muito calor
Além de lindos pomares.
Ou vá em Campina Grande
Que tem bom embolador
Nasceu Jackson do Pandeiro
Homem de muito valor
Cantou Casaca de Couro
E a todos encantou.
Aqui termino ó Anna
Já te dei muito cartaz
Mas como sou teu amigo
Não posso voltar atrás
Parabéns paraibanos
Do Recanto e arrabais.
Poema dedicado a todos os paraibanos, homens ou mulheres, meninos ou meninas, moças e rapazes. Um abraço.