CORDEL – Mote – Na candura duma rosa – Encontrei a margarida
 
 
CORDEL – Mote –Na candura duma rosa – Encontrei a margarida - 15.10.2013
 

 
Regras – Oitavas de sete sílabas poéticas
Rimas em ABABCDCD
Elisão Optativa
 
(1)
Eu conheci muitas flores
Abertas ou em botão
E todas grandes amores
Guardadas no coração
Cada qual com sua prosa
Bela e bem enternecida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(2)
Guardo com muito carinho
A lembrança dessas belas
Cada qual no seu cantinho
Na boa ou fazendo trelas
Cada uma mais pomposa
E sempre comprometida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(3)
A rosa sempre sincera
Inteligente até demais
Nunca me deixou na espera
Nem me botou para traz
Nunca foi ambiciosa
Sempre me deu acolhida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(4)
Mas seu ciúme danado
Por vezes me aborrecia
Nela eu vivia grudado
Mas ela me consumia
Mulher bem apetitosa
E também muito aguerrida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(5)
A margarida me olhava
Com certo ar de pidona
Por vezes eu despistava
Pois já tinha minha dona
Margarida bem maldosa
E também muito enxerida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(6)
Belo dia não aguentei
Tão visível à cantada
Com ela me abracei
E passamos a noitada
Ela de tão generosa
Mas também muito querida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(7)
Rosinha nada soubera
A coisa foi tão bem feita
Pois a “guida” uma fera
Soube aviar a receita
Também era bem formosa
E um bocado atrevida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(8)
Ficamos saindo aos poucos
Pra ninguém desconfiar
Pois eu não seria louco
Pra da rosa abdicar
A margarida ardilosa
Fez uma trama urdida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(9)
Ora, vivendo com duas,
Difícil era esconder
Verdades nuas e cruas
Que iriam ocorrer
Ela ficou ansiosa
Mas depois bem combalida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(10)
A seiva foi aumentando
Só estava com um mês
Ninguém desconfiando
Até chegar a escassez
Numa conversa, uma prosa,
Falou bem descontraída
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(11)
A rosa ficou tão fula
Com a guida sua amiga
Quem quiser que isso engula
Eu já estou de partida
Situação amargosa
Que chocou toda avenida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(12)
Mas com aquele jeitinho
Eu pedi pra ela ficar
Louca pelos meus carinhos
Concordou em aceitar
Embora pouco brumosa
Dei-lhe uma sacudida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(13)
Mas o tempo foi fechando
A rosa desesperada
Notou que estava amando
Justo a pessoa errada
E então bem carinhosa
Preparou a despedida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(14)
Tudo ficou diferente
Porque lá apareceu
Um cravo inconveniente
Que pra ela se pendeu
Ela então audaciosa
E bem amadurecida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(15)
Sujeito conquistador
Foi entrando de mansinho
Quase nada demorou
Chamavam-no de cravinho
Mas a menina gulosa
Deveras aborrecida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(16)
E de malas arrumadas
Com promessas de amor
Fugiu pra outras jornadas
E só saudade deixou
Com uma fé ardorosa
E com dor amortecida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(17)
Restou-me somente a “guida”
Que de boa, prestativa,
Foi me sarando a ferida
Por ser muito intuitiva
Mas também muito fogosa
Gostou muito da partida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(18)
Nosso amor fortaleceu
Ficaria pra semente
Acabou-se aquele breu
E partimos para frente
Uma mulher dadivosa
Tinha de casa e comida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(19)
Mas na vida tem espinhos
Que nos furam até a alma
Enfraquecendo os caminhos
E nos levam toda calma
Angélica, cautelosa,
Por sinal já pervertida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(20)
Entrou no meu coração
Como um raio duma peste
Deixou-me na contramão
Não quis optar por um teste
Nunca foi silenciosa
Facilitou, dilapida,
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(21)
Outra vez éramos três
A “guida” desconfiada
Quis acabar duma vez
A outra muito tarada
Ficamos em polvorosa
Descontamos na bebida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(22)
Quem muito quer nada arranja...
Não deu outra, não senhor,
Fruta boa é a laranja
Tem vitamina e sabor
Cada qual muito chorosa
De tanto comprometida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(23)
A verdade é que fiquei
Muito sozinho no mundo
Meu jardim modifiquei
Fiz um canteiro profundo
Numa atitude briosa
A saúde combalida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(24)
Plantei tudo que era flor
Meu terreno era ideal
Porém tudo com amor
Bom seria no final
A colheita auspiciosa
Já estava garantida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(25)
Um dia, desprevenido,
Bem repleto de surpresa
Capinava distraído
Aquilo que foi beleza
Cada qual mais caprichosa
E também arrependida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(26)
Eram as duas voltando
Pro ninho de antigamente
Confesso quase chorando
Minha saudade latente
Cada uma mais frondosa
Provocou minha investida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
(27)
A história continua
Mas vou findar por aqui
Amor no meio da rua
É coisa que nunca vi
De saúde espantosa
Resistência aferida
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
 




Ansilgus
 
29/10/2013  - Jacó Filho interagiu assim:
Quando fui surpreendido,
Com a prenda tão querida,
Sequer havia percebido,
A sorte vindo invertida...
Só com dois dedos de prosa,
Transformou minha vida...
NA CANDURA DUMA ROSA
ENCONTREI A MARGARIDA
 
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 20/10/2013
Reeditado em 04/11/2013
Código do texto: T4533441
Classificação de conteúdo: seguro
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