Frei Dimão e Nanda digladiam

A mim deves obediência

como está nas escrituras

senão vem a penitência

das mais firmes e mais duras

Tenho a carta de alforria

Ficando livre da penitência

Se for rezar naquela abadia

E acaba-se esta prepotência.

Meu intuito é corrigir

o que de errado está

porisso vou proibir

o namoro de sofá

Meu sofá é tão novinho

E comprei pra este fim

Venha vê-lo, ó capuchinho,

Ele deu certinho para mim!

Pois onde é que já se viu

uma coisa tão nefasta

por u'a destas o mundo ruiu

chegou a hora de dar um basta

O mundo pode até ruir

E firme estará meu sofá

Minha vida ele vai colorir

Sob as bênçãos de Alá

Eu nunca me cansarei

de por ordem em tua vida

pois muito rezar irei

pra que estejas precavida

Diz que o uso do cachimbo

Faz a boca ficar torta

Reza muito e bate o carimbo

Para o céu esta é a porta.

O mal do namoro de sofá

é o risco da agarração

coisa pior inda não há

pra acabar em excomunhão

Peço ao bom Frei Dimão

Que não seja assim rigoroso

Que abrande o coração

E seja mais carinhoso

Por tudo isso e mais

é que prego e não desisto

da casa tire os sofás

se queres andar com Cristo

O que é preciso aclarar

E não fazer disto um drama

Ó monge, eu só queria explicar

Que falei foi de sofá-cama.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 19/10/2013
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