SÁTIRA ENGRAÇADA-04.(Sobre a chegada de lampião no Iraque).

Vou contar desde o inicio,

Foi um grande rebuliço,

Quanto à queda do míssio,

O chão do Iraque tremeu,

Mas lampião não morreu,

Ficou no chão desmaiado,

Logo veio um batalhão,

E prenderam a Lampião,

Que foi dali escoltado.

Porem a queda foi forte,

Mas ele escapou da morte,

Só teve na perna um corte,

Um pino do equipamento,

Entrou de canela adentro,

Que o tal lampião gemia,

Pois lá no quartel general,

Arrancaram o pino afinal,

No duro e sem anestesias.

Lampião se estrebuchava,

E a tal dor não passava,

Assim gritava de raiva,

Fazendo a maior baderna,

E a prisão numa caverna,

Não tinha luz nem de dia,

Uma imensa escuridão,

Onde puseram lampião,

Que a todo instante gemia.

Passaram-se alguns dias,

E a luz do sol na se via,

Daquela horrenda agonia,

Lampião quis escapar,

Tentou a porta quebrar,

Já nos planos de fugir,

Então veio o carcereiro,

Gritou para cangaceiro,

Ninguém escapa daqui.

Foi então nesse momento,

Que o trem fedeu Lá dentro,

Com um osso de jumento,

Que lampião ali encontrou,

E o carcereiro golpeou,

Deixando no chão estendido,

Ele ai não perdeu tempo,

Correu de caverna adentro,

Com raiva e mais decidido.

Levando o fuzil consigo,

Que pertencia ao inimigo,

Gritava hoje como o figo,

Desse bando de miséria,

Rosnava feito uma fera,

Parecendo endiabrado,

Chegando lá na portaria,

Meteu bala nos vigias,

Soltou todos apenados.

Pegou um tanque de guerra,

E saiu escavacando a terra,

Muitas bombas de reserva,

Pra começar seu salseiro,

Estava solto o cangaceiro,

Como um cão doido varrido,

Matava o que visse a frente,

Fosse animal fosse gente,

Só se ouvia os estampidos.

Então os prisioneiros,

Foram com o cangaceiro,

Implementar o salseiro,

No comando de lampião,

Que apontou seu canhão,

Pra Saddam e seu palácio,

Quando o canhão disparou,

Com impacto que causou,

O prédio veio todo abaixo.

Porém Saddam foi esperto,

Não se encontrava ali perto,

Passou o comando pro neto,

Pra coordenar às milícias,

Que por não ter as malicias,

De guerrilheiro adestrado,

Não enxergando o perigo,

Sem perceber os inimigos,

Morreu dentro soterrado.

Só se via gente correndo,

Outros milhares morrendo,

E o povo se maldizendo,

Pedindo socorro a Alá,

Vendo tudo a desabar,

Com tantas estripulias,

Quando ouviram Lampião,

Dar ordem a seu batalhão,

Explodam as refinarias.

Só se ouvia o estampido,

E o povo enlouquecido,

Vendo tudo destruído,

Ninguém tinha ali sossego,

Até Saddam teve medo,

Perante aquela destruição,

Juntou todo o seu exército,

Então com o bote certo,

Prendeu ao tal lampião.

Todos os presos matou,

A nenhum deles poupou,

Foi um antro de horror,

Pra quem tava ali presente,

Pois nenhum foi inocente,

Pra merecer seu perdão,

Enorme forca organizou,

Por si mesmo determinou,

Que ia enforcar lampião.

E naquela acertada hora,

Trouxeram lampião pra fora,

Gritou Saddam vai ser agora,

Que morre esse cangaceiro,

E não tem santo milagreiro,

Pra livrá-lo da minha mão,

Foi quando alguém ali gritou,

Esse preso aqui meu senhor,

Não parece ser o Lampião.

Ficaram todos vendidos,

Lampião já tinha fugido,

Num comboio perseguido,

Pelo exército americano,

Numa esquadrilha tucano,

Levando os presos feridos,

Com isso lampião escapou,

E dizem que desembarcou,

Lá pelos estados Unidos.

Mas chegou lá debilitado,

Com o corpo todo inchado,

Isso por ter sido açoitado,

Ao ser capturado de novo,

Mas dizia isso eu resolvo,

Deixe-me ficar recuperado,

O levaram pra um hospital,

Bem próximo da capital,

Junto com outros soldados.

Ficou dez dias internado,

Em um pavilhão lotado,

Com ferido pra todo lado,

Chegando mais cada vez,

Perto dele morreu seis,

Que tinham vindo de lá,

Isso já deixou cabreiro,

Calculava o cangaceiro,

Já pensando si mandar.

Tudo estava muito bem,

Tratado como convém,

Mas se sentia um refém,

No meio daquela gente,

De linguagem diferente,

Que ele pouco entendia,

Fingindo desenformado,

Mas já de plano armado,

Pra fugir a qualquer dia.

Num dia de madrugada,

A porta não tava fechada,

Lampião pegou a estrada,

Quando viu alguém dizer,

Esse é o próximo a morrer,

Foi ordem do presidente,

Mando pra cá um oficio,

Falando que é sacrifício,

Tratar de toda essa gente.

Mas devem matar primeiro,

Aos que forem estrangeiros,

Foi então que o cangaceiro,

Fingiu que tava dormindo,

E a conversa toda ouvindo,

Deixou o guarda se afastar,

A roupa do doente roubou,

Vestindo ela se disfarçou,

Saiu sem ninguém notar.

Mostrando como se faz,

Desceu no rumo do cais,

Nervoso igual o satanás,

Enxergou ali um navio,

Que vinha para o Brasil,

E ali não perdeu tempo,

Foi se esconder no porão,

Da enorme embarcação,

Quietinho ficou lá dentro.

E assim lampião se safou,

Mas por onde ele passou,

Esse mundo escangalhou,

Com seu jeito ignorante,

Não perdeu seu rompante,

Não dá nem pra comentar,

De um hospital de feridos,

Deixou todos ali vendidos,

Sempre dando o que falar.

Findo a mais um da saga,

Das sátiras engraçadas,

De toda essa jagunçada,

Lá das bandas do sertão,

Quer seja verdade ou não,

De coisas que ninguém viu,

Aguarde um pouco pra ver,

No próximo conto a você,

Que fez lampião no navio.

Cosme B Araujo.

18/10/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 18/10/2013
Reeditado em 18/10/2013
Código do texto: T4531122
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