Éramos treze irmãos

Sou feliz por ter vindo ao mundo

Como o filho de Orminda e João,

Aos quais tenho amor profundo

E uma imensurável admiração

Vim depois do décimo segundo

Ser o 13º, só restou essa opção!

Benedita, Ana e também Maria

São as minhas irmãs primeiras

Enteadas que minha mãe teria

Como suas fiéis companheiras

Ao casar-se com papai haveria

De criá-las com boas maneiras!

Vieram a Júlia e o José então!

Os primeiros dos outros dez

Aurora, Avelina e depois João

E o time aumentou outra vez

Com Nelson e Aparecida então

Estavam faltando só mais três!

Os últimos três são paulistas

Os demais do estado mineiro

Luzia e Daniel são finalistas?

Não! Mauro foi o derradeiro

Assim os meus pais otimistas

Completaram o time inteiro!

E o senhor João envelhecendo

Resolveu migrar para a cidade

E como agricultor percebendo

O peso enorme de sua idade

E sua vitalidade ia perdendo

Aposentar-se era sua vontade!

A dona Orminda costurando

Sempre ajudava como podia

Os treze filhos foi educando

Com dignidade e sabedoria

E além dos filhos foi criando

Mais uns netos com alegria!

Com 5 anos como aposentado

Papai partiu, deixando a vida

Para a viúva um fardo pesado

Foi uma herança bem sofrida

Mas eu que estive ao seu lado

Vi a sua vitória bem merecida!

Na condição de órfão e pobre

Eu sofri muito na adolescência

Mas sofrendo é que se descobre

Que com resignação e paciência

Tornamos nosso caráter nobre

E vencemos pela persistência!

Eu sou um poeta envaidecido

Pois aprendi bem cedo a rimar

Como o filho caçula e querido

Meus pais aprendi a respeitar

Por isso com vocês eu divido

A honra d’essa família exaltar!

Nesse cordel eu exalto a glória

Usando o dom e minhas mãos

Para registrar uma bela história

Dessa família de bons cristãos

Hoje nós somos apenas quatro

E ontem “éramos treze irmãos”

Mauro Máximo
Enviado por Mauro Máximo em 16/10/2013
Código do texto: T4528588
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