SÁTIRA ENGRAÇADA-03.(Sobre a chegada de Lampião no Afeganistão).
Lampião rei do cangaço,
Não conseguiu entrar no céu,
Foi encomendado ao inferno,
Pra provar do amargo fel,
Mas lá com suas encrencas,
Foi pro inferno tormenta,
Fazendo o cão dançar o creu.
Mas a fogueira do inferno,
Foi pouca pra lampião,
Que procurou apossar-se,
De um grande bando de cão,
Com sua panca de macho,
Pra tentar baixar o facho,
Mandaram pro Afeganistão.
Porem em sua chegada,
Já encontrou a trincheira,
De soldados mascarados,
Em infindáveis fileiras,
Que cercaram a criatura,
Das esquisitas figuras,
Lampião e a cabroeira.
Começou logo o bafafá,
La no portão de entrada,
Um sujeito de seu bando,
Fez logo uma coisa errada,
Num tremendo sarapaté,
Agarrou uma mulher,
E a danada era casada.
Logo ali dois sujeitos,
De lá do Afeganistão,
Pegaram o cangaceiro,
Do bando de lampião,
Dizendo aqui camarada,
Mexeu em coisa errada,
Ta frito não tem perdão.
A confusão aumentou,
Quando chegou o marido,
Daquela estranha mulher,
Que o cara havia mexido,
Dizendo oh cabra covarde,
Eu sou irmão de Bin-Laden,
Somos dele protegidos.
Amarraram o sujeito,
Em um tronco logo ali,
Dizendo que cabra atoa,
Não canta de galo aqui,
E pra engrossar a sopa,
Fizeram-no abrir a boca,
E uma bomba engolir.
No prazo de um minuto,
A tal bomba detonou,
E o corpo do cangaceiro,
Espalhado por ali ficou,
Pedaços pra todo o lado,
Inteiramente espatifado,
Numa cena de terror.
Depois da tal explosão,
Que abalou todo o lugar,
Pediram a um soldado,
Para o Bin-Laden chamar,
Dizendo que no portão,
Tinha um tal de Lampião,
Querendo a ele encontrar.
O soldado foi correndo,
Logo entregou o recado,
Mas o chefe da Al-Qaeda,
Estava um pouco ocupado,
E ordenou ao mensageiro,
Que levasse o cangaceiro,
Mas o trouxesse escoltado.
Levaram então lampião,
Que ali se apresentou,
Dizendo o meu punhal,
Já muito cabra sangrou,
Eu fui o rei do cangaço,
E toda vida fui macho,
E a sua história contou.
Disse eu já fui pro céu,
Mas lá não pude entrar,
Forçado fui pro inferno,
Lugar feio de amargar,
Lá fiz algumas mudanças,
E o cão como vingança,
Lá não me deixou ficar.
Por isso me enviaram,
Pra esse lugar deserto,
Só se ver sol e areias,
Sem uma árvore perto,
Oh lugar quente do cão,
Desse jeito eu Lampião,
Não estou no lugar certo.
Mas vejo que esse país,
É um tanto bagunçado,
Parece que são medrosos,
Vivem de rosto tampado,
Cabra assim lá no sertão,
Aprende é no cinturão,
Larga o couro o condenado.
Bin-laden disse seu moço,
Com você senti firmeza,
Pois vejo que és corajoso,
E mostrar-te esperteza,
Mas vá logo e desembucha,
Aqui não tem bola murcha,
Diga-me o que desejas.
Se quiseres ficar aqui,
Vai ter que me obedecer,
Pois não existe um lugar,
Pra dois valentões viver,
Se aceitar minhas ordens,
E não me fizer desordens,
Pode aqui permanecer.
Lampião lhe respondeu,
Tal condições não aceito,
Não é qualquer Zé ruela,
Que vai me exigir respeito,
Pois eu sou lá do agreste,
Sou cabra macho da peste,
Que tem cabelo no peito.
Bin-Laden se enfureceu,
E disse-lhe meu camarada,
Nessa terra eu que mando
Aqui ninguém dá mancada,
E o que vem com desaforo,
Eu mando tirar-lhe o couro,
Pra conhecer quem sou eu.
E Lampião nessa hora,
Bufava feito uma fera,
Disse agora me zanguei,
E vou mostrar pra galera,
Quem é o rei do cangaço,
E assim meteu o braço,
Na cara do tal megera.
O soco foi aprumado,
Que O Bin-Laden caiu,
Pois saiu rodopiando,
Parecia a água em funil,
Levantou-se enfurecido,
E disse cabra bandido,
Vou de cortar no fuzil.
Lampião sacou o punhal,
Que era amolado de sobra,
Pois o bicho cortava mais,
Que a língua de doze sogras,
Quando Bin-laden bobeou,
Ela na barba o agarrou,
Dando inicio a gororoba.
Passou o punhal na barba,
Do barbudo valentão,
Cortou a bicha no tronco,
Largando o tufo no chão,
Bin-Laden envergonhado,
Correu dali assombrado,
E se trancou num porão.
Correu dali tão depressa,
Que esqueceu a chinela,
Deixou seu turbante cair,
Que nem carro na banguela,
De lá mandou um recado,
Dizendo para os soldados,
Botar fora o magricela.
Então o seu batalhão,
Atendeu a seu mandado,
E prenderam a Lampião,
Em um míssel aclopado,
E lançaram àquela hora,
O foguete espaço a fora,
Com o lampião agarrado.
E com a sua cabroeira,
Amarraram no pescoço,
Uma bomba em cada um,
Foi grande tal alvoroço,
Nenhum deles escapou,
Pois nada deles restou,
A não ser bagaço e osso.
Assim acabou-se as brigas,
E toda aquela anarquia,
Bin-Laden desentocou-se,
Mas ninguém o conhecia,
Com uma barba postiça,
Num disfarce de milícia,
Pra reparar o que havia.
Quando lhe deram noticia,
Do fim que levou lampião,
E de toda a sua cabroeira,
Toda estraçalhada ao chão,
Bin-Laden ficou tomado,
Deus dois meses de feriado,
Tudo em comemoração.
Dizendo ele glorias a Alá,
Que desse mal nos livrou,
Não quero ninguém falando,
Desse famigerado impostor,
Que veio e não sei de onde,
Mas se foi nem sei pra onde,
Porem por aqui não ficou.
Lampião que por sua vez,
Já ia bem longe no espaço,
Viajando a mil por hora,
Naquela estrovenga de aço,
Foi um imenso disparate,
Caiu em um mar do Iraque,
Lampião o rei do cangaço.
O míssel ao ir chegando,
Foi perdendo velocidade,
Saiu deslizando na água,
Mas afundou só a metade,
Mas que depressa lampião,
Se desamarrou-se e então,
E gritou não sou covarde.
Foi nadando até a praia,
E dali caiu desmaiado,
Perdeu a noção do tempo,
Em que ele tinha viajado,
Pois o cansaço lhe venceu,
Por ali mesmo adormeceu
Ali naquela areia deitado.
Logo ao raiar do dia,
Abriu os olhos assustado,
Sem saber a onde estava,
Ficou muito admirado,
Foi quando ele percebeu,
Mas de longe reconheceu,
Um batalhão de soldados.
Que vinha se aproximando,
Todos eles bem armados,
Com capacete e coturnos,
E os fuzis engatilhados,
Deram a ele voz de prisão,
E assim se foi o valentão,
Para o quartel escoltado.
Jogaram num calabouço,
Como se fosse um animal,
Todo sujo como estava,
Nojento e cheirando mal,
Mas por lampião ser bravo,
O ficharam como escravo,
No tal quartel general.
Se vocês quiserem saber,
Tudo o que aconteceu,
Com lampião lá no Iraque,
E o que com ele ali se deu,
Não percam oportunidade,
Esperem com ansiedade,
Mas um capitulo valeu?
Cosme B Araujo.
09/10/2013.