EU VI, EU JURO QUE VI...
O vento brabo com uma árvore
Eu vi, eu juro que vi
Me lembro até que senti
Uma raiva danada do vento
Pois ele em dado momento
Quis se mostrar superior
Ele sem brilho, sem cor
Num momento de aspereza
Quis mostrar sua grandeza
Seu ódio e o seu furor
Disse: Vamos, sua árvore
Saia do meu caminho
Ou faço um redemoinho
Deixo-lhe tombada ao chão
Pelo sim e pelo não
A árvore não contestou
Calada ela ficou
E eu pensei do meu lado
- Ela escapou do machado
Da foice, da moto serra
Serão efeitos da guerra
Que o homem iniciou
Um pássaro a tudo ouvia
E resolveu se intrometer
Aí eu pude perceber
Uma certa inquietação
O pássaro tinha razão
Disso eu tenho certeza
Ele disse com firmeza
- Soberba aqui não aceito
Pois só devemos respeito
A nossa mãe natureza
A árvore me alimenta
Me dá sombra, moradia
Em troca, no dia a dia
Eu lhe faço adubação
Inda lhe toco o coração
Com a beleza do meu canto
Eu lhe peço no entanto
Sopre ao nosso favor
E mostre o seu frescor
E o vento caiu num pranto
- É que eu ando estressado
O bicho homem tá louco
O muito ele acha pouco
Agride a mãe natureza
Exerce a realeza
Quer ser o centro do mundo
E ele a qualquer segundo
Se afunda até o pescoço
Pois está cavando um poço
Cada dia mais profundo
O passarinho retrucou:
- O homem tá preocupado
Ele ver por todo lado
Um desastre ambiental
Sabe ser essencial
Uma mudança notável
Sair desse deplorável
E vil comportamento
E a saída, Sr. Vento
É o viver sustentável