* Vendendo balões *
Vendendo balões
Uma vez um velho homem
Vendia balões numa quermesse.
Era um bom vendedor,
Desses que nunca se esquece.
Deixou um balão se soltar.
E nos ares se elevar
Modo como o oferece.
Atraindo uma multidão
De jovens compradores.
Ali um menino negro.
Estava com os admiradores.
Observando o vendedor
E o balão que este soltou
No meio dos compradores.
Soltou um balão vermelho,
Um azul, um amarelo,
E finalmente um branco.
Todos diziam eu quero!
Os balões foram subindo
E os jovens sorrindo
Num encantamento belo.
Desapareceram no céu.
O menino, de olhar atento,
Seguia a cada um.
Com olhos e pensamento.
Ficava imaginando
Olhando o céu e sonhando.
Que grande acontecimento!
Não via um balão preto.
E isso o aborrecia.
Aproximou-se do vendedor
E lhe perguntou com euforia:
- Moço, se soltasse um balão preto,
Ele subiria perfeito
Com os outros que via?
O vendedor de balões
Sorriu compreensivamente.
Arrebentou a linha que prendia
Um balão preto evidentemente.
Enquanto nos ares se elevava
O menino quase chorava
Muito feliz, disse: - Gente!
- Não é a cor do balão filho,
É o que está dentro que o faz subir.
O menino não sabia disso
E demonstrava a sorrir.
Tem preconceito de cor?
Nosso mestre e senhor
Qualquer cor vai preferir.
Ama-nos como somos
Sem nenhuma distinção.
Ama o branco, o preto,
De qualquer religião.
Ele quer é ver a gente
Alegre, feliz, contente.
E em paz no coração.