NOSSO PARENTESCO COM A CERVEJA
Não sei de quem foi a ideia,
Mas é bastante criativa.
E passar para um cordel
Tomei a iniciativa.
Se a cerveja for parente
Recebia essa tratativa.
A Brahma era a esposa,
Por ser a número um.
Porém da muita ressaca
Em todo e qualquer bebum.
Dor de cabeça não passa
Nem mesmo com Valium
A Skol seria a amante
Por ela ser mais gostosa.
A Kaiser seria a filha
Por ser a mais trabalhosa.
A Bavaria era a sogra
Porque não desce, se glosa.
Schincariol, cunhado
Que se leva pra churrasco
Sempre, mesmo que não goste.
Essa, verdadeiro fiasco.
De tão ruim a cerveja
Não se salva nem o casco.
Da Itaipava todos gostam,
Contudo não há que assuma.
Portanto seria a puta.
Que sempre querem que suma.
A Original é tão cara
Com a conta se espuma.
Heineken, o primo rico.
Quando tem ela na mesa,
Sujeito se acha o tal.
Mas com conta tem surpresa.
A Boêmia é o avô
Que todos saem em defesa.
A nossa velha Antártica
É aquela tia baranga.
Que um dia foi muito boa
E se saída de canga
Chamava muita atenção.
Hoje, um cão chupando manga.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, SETEMBRO/2013.