Mistura das águas
Fique comigo esta noite
Acredite, faço acontecer
Palavras que nem açoite
Não deixo o tempo correr
Minha deusa, Rainha do Jaguaribe
Teu servo, escravo, rio Banabuiu
Que te alimenta de águas, arribe!
Um namoro entre castanha e caju
Navegar de novo é preciso
Encontro, Negro, Solimões
Minha calma é o teu sorriso
Eu navego o mar de Camões
Quem sabe, morena sincera
Outro abraço e o teu abrigo
Na eternidade ou nesta era
O meu plano é viver contigo
Um barco no rio, imensidão
Paladar de gengibre e açaí
Em Ponta Negra o calçadão
Caminhar contigo: é isso aí!
Da areia da praia eu não saio
Tenho sol de agosto a janeiro
É chuva de dezembro a maio
Um amor para o ano inteiro
Diferente do Negro e do Solimões
Que têm águas de cores distintas
Nossas águas se unem, são tintas
São os rios das nossas emoções
Ao contrário das águas dos rios
Meu amor com o teu se mistura
Fiz esta rima com toda candura
Amor é a arte de tecer os fios