A burrinha da felicidade
Minha imaginação não segue estrada
Quem anda no trilho é trem de ferro
Esta poesia é para ser incorporada
Minha rima é voz e cordel é o berro
Jesus é fiel, Ele também te ama
Deu-te um par de asas para voar
Eu te darei raízes para voltar
Assim foi que disse Dalai Lama
Melhor ser a árvore que a parede
Entre as pedras é que corre a água
Ô, morena, estou com tanta sede
Rio de amor que jamais deságua
Paixão não é coisa pequena
Parece estranho passarinho
Cantaste sem ter uma pena
Nasceste sem ter um ninho
Morrer de amor, continuar vivendo
Sendo teu poeta fingidor inocente
Tu chegaste sem querer, querendo
Será paixão o que o poeta sente?
Meu destino é mesmo o amor
Felicidade é minha construção
De janeiro a janeiro, minha flor
Te embalar numa linda canção
É que felicidade vive neste planeta
Mas, não entra em porta trancada
Pode acontecer tudo, inclusive nada
Lagarta rasteja até virar borboleta
Paixão bateu à porta da minha casa
Amor sem pressa segue o compasso
Caminho se faz com primeiro passo
Burrinha da felicidade não se atrasa
Se avexe, não, venha de mansinho
Verbo amar não se usa no passado
Olhei pra fora, fiquei tão sozinho
Olhei pra dentro, sonho realizado
Peço licença a Manoel de Barros, Dalai Lama, Roberta Campos, Acioli Neto, Chico Xavier, Mário Quintana, Fernando Pessoa, Leléu (Lisbela e o Prisioneiro), Carl Gustav Jung.