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- Gravura de Estrigas
(CE).




OS IDOSOS
                       Brasa à própria sardinha
 

Nossos pais chegam primeiro,
depois vão da fila ao fim:
estorvos, sem serventia,
são postos à revelia
– em geral, não é assim?
 

Claro que também existem
as famílias amorosas,
que dão carinho e guarida
aos nossos donos da vida,
em longes datas ditosas.
 

Lá desde avós, bisavós,
os idosos, na ciranda,
são uns trastes de refugo;
deles todos são verdugo,
sua prole os põe de banda.
 

Contudo, a ser majestade,
a velhice tem valor,
tanto por ser pioneira
como a que só fez clareira
aos que lhe dão desamor.
 

Da mais longínqua linhagem,
somos o que são os pais,
os avós, tataravós,
pois que não nascemos sós
– vimos lá dos ancestrais.
 

Aos mais velhos devo tudo
pelo que sou, fui, serei,
desde Elisa, a professora,
à babá, tão protetora,
com seus olhos de nissei.
 

Ama também teus velhinhos,
mas pelo amor que tu tens;
humanos, são valorosos,
já por serem tão anosos,
bens mais ternos que teréns.
 

Fort., 22/08/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 22/08/2013
Reeditado em 23/08/2013
Código do texto: T4447059
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