Levando o filho de Deus
Do chão subia a poeira
Em Jerusalém adentrou
E a multidão em fileira
Dava gloria em toda altura
Hoje essa criatura
Nem de graça tem quem queira


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Com o bolso cheio de fichas
Domingo ou segunda feira
A gente ia ao orelhão
Pra falar qualquer asneira
É grande a ingratidão
Hoje aquele amigão
Nem de graça tem quem queira


 


Todos tinham um jumentinho
Para ir fazer a feira
A moto substituiu
Deixando a viagem ligeira
E o jeguinho coitado
Foi ficando abandonado
Nem de graça tem quem queira

 
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Depois veio o cartãozinho
Fixinha fim de carreira
Meio de comunicação
Da população Brasileira
Vejam que situação
Hoje o pobre orelhão
Nem de graça tem quem queira




Foi nosso meio de transporte
Subindo e descendo ladeira
Agora nem pode entrar
Pra comer na capoeira
Vive beirando a estrada
Hoje aquela jumentada
Nem de graça tem quem queira


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O celular mudou o habito
Da humanidade inteira
Sempre ao alcance da mão
Qualidade de primeira
Foi rápida a evolução
E hoje o tal de orelhão
Nem de graça tem quem queira




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Hoje vejo abandonados
Levaram grande rasteira

Os dois estão Lado a lado
À toa e dando bobeira

Na mesma situação
O jumento e o orelhão
Nem de graça tem quem queira.

 


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PAULO JEZER
Enviado por PAULO JEZER em 21/08/2013
Reeditado em 08/09/2013
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