OS PAIS JÁ NÃO PODEM MAIS DAR PALMADAS NOS SEUS FILHOS!

O Brasil anda pra trás

Nos trilhos da educação

Com a criação do ECA

Houve uma deturpação

Entre direito e dever

Pras crianças da nação.

Se passaram 20 anos

E o ECA só aumentou

Nossa marginalidade

Com o menor infrator

Que é sempre protegido

Faça lá seja o que for.

Querem tudo o que veem

E fazem tudo o que querem

Avisando aos pais

Que nada deles esperem

Até os dezoito anos

Pois assim as Leis proferem.

Muitos pais se preocupam

Em dar boa educação

Para que eles se formem

E tenham uma profissão

Se dedicam com afinco

E poucos lhes dão razão.

Acham que os pais são caretas

E estão ultrapassados

Preferem o mundo das drogas

Serem marginalizados

Em baladas requebrando

Nas ‘paradas’ bem ‘ligados’.

Se for pobre periférico

Os pais têm dificuldades

Para mantê-los em casa

Com suas necessidades

Pois sem o pão de cada dia

Não se tem felicidade.

Mandam eles pra escola

Por mera obrigação

Ou se livrar do ‘problema’

Ter quem preste atenção

Não orientam os filhos

Com justa dedicação.

Querem só bolsa família

Por cada filho que têm

Se tornaram dependentes

E ao governo convém

Pois o voto antecipado

É pago com esse vintém.

As mães dizem que não sabem

O que fazer com os filhos

Dizem que já castigaram

De joelhos sobre o milho

Mas meninos e meninas

Não querem andar nos trilhos.

Filhos não as obedecem

Pois não tiveram limites

Na escola não respeitam

A professora que insiste

Em lhes dar educação

Que pra eles não existe.

Qualquer coisa logo dizem

Que vão para o juizado

Pois conhecem seus direitos

Não querem ser perturbados

Saem da sala e não fazem

O dever recomendado.

Brigam o tempo inteiro

E imitam os marginais

Que veem nos noticiários

Ou nos filmes vesperais

Querem até matar polícia

Pois se acham os maiorais.

Ficam pelas sinaleiras

Ou fazendo avião

Menininhas imaturas

Já na prostituição

Alegando para todos

Que é sua profissão.

Os pais estão sem controle

E precisam aprender

A lidar com o problema

Antes dos filhos ‘crescer’

E virarem marginais

Como estamos a ver.

É claro que muitos pais

Exageram no castigo

Punem com espancamento

E aí está o perigo

Contra o pequeno indefeso

E isso não é preciso:

Quebrar dentes com um murro

Ou deixar com o olho roxo

Queimá-los com o cigarro

Por causa de um muxoxo

Marcá-los com a fivela

E até deixá-los coxos.

Existem alternativas

Como cortar diversão

Bicicleta vídeo-game

Recreio Televisão

Que nem sempre funcionam

Dar limite é a solução.

Ou tapinhas no bumbum

A parte mais recheada

Por Deus feita para isto

Pra levar boas palmadas

Contra a desobediência

Da criança malcriada.

Um bolo em cada mão

Também é forma decente

Como um puxão de orelha

Para o desobediente

Que depois que chora um pouco

Volta pro colo contente.

Dizem que essa nova Lei

É pra não banalizar

A violência que existe

Pra criança não afetar

Mas não sei como permitem

A TV funcionar.

Um ditado popular

Diz que é melhor que a mãe bata

No seu filho queridinho

Pois mão de mãe não maltrata

Pior é ir pra cadeia

Ou o traficante que mata.

As mães mais experientes

Dizem que é melhor bater

Do que apanhar um dia

Do filho que viu nascer

Nessa inversão de valores

Que querem estabelecer.

Maioridade penal

Precisa ser reduzida

Em país civilizado

Que valoriza a vida

Criança que rouba e mata

Também tem que ser punida.

As instituições que dizem

Proteger o ‘de menor’

Preferem eles nas ruas

Vivendo numa pior

Se drogando e roubando

Sem uma opção melhor.

Até mesmo orfanatos

Evitam a adoção

De crianças por estrangeiros

Pra não perder a porção

Do dinheiro do governo

Que vem pra manutenção.

Acredito que quem fez

Essa Lei só pode ser

Um maluco sem juízo

Ou nunca chegou a ter

Um filho em sua vida

Por isso a quis fazer.

Congressista Deputado

Ou Ilustre Senador

Lembrem das suas infâncias

Quem foi que nunca apanhou

Da mamãe ou do papai

E vilão não se tornou?

Eu mesmo já apanhei

De cinto e de vassoura

E sempre amei os meus pais

Respeitei a professora

Não me senti oprimido

Nem tive vida opressora.

O Brasil tem mais problemas

Pra vocês se preocuparem

Corrupção desemprego

Leis para vocês mudarem

Para punir os bandidos

E não nos atormentarem.

Em vez de gastar dinheiro

Com uma copa do mundo

Onde a corrupção desvia

Para um buraco fundo

Criem escolas integrais

Com um ensino fecundo.

E os meninos de rua

Precisam ser acolhidos

Em internatos decentes

Que não os tornem bandidos

Mas cidadãos conscientes

Trabalhadores polidos.

Jotacê Freitas

Salvador – Bahia, 14 de julho de 2010

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