O poço de Santana
Neste poema matuto
Que da minha mente emana
Venho fazer um registro
Sobre o Poço de Santana
Nas margens do Seridó
Um dos rios de Caicó
Que dão vida a este pó
Hoje região urbana
Havia ali vivo poço
Da natureza um colosso
Para os filhos de Santana
Refúgio de um vaqueiro
Que ao fugir no tabuleiro
Deum touro bravo e guerreiro
Pediu à Santa perdão
Hoje o poço é ofendido
Pela cidade agredido
Ninguém lhe estende a mão
Antes fonte de água pura
Usada na agricultura
Ou noutra qualquer cultura
Pelo homem sertanejo
Tem o seu futuro incerto
Um esgoto a céu aberto
É somente isso o que eu vejo
Vi também um gesto feio
Falso, cheio de arrodeio
No dia que aqui veio
Os que representam o povo
Com projeto tão bonito
Feito por grande perito
Só pra nos lesar de novo
Ao lado dele, uma ilha
Novo espaço que hoje brilha
Composto de uma trilha
Para o povo corredor
E o poço abandonado
Deixando a ilha ao seu lado
Testemunhando o fedor
No projeto inicial
Seria o poço afinal
Novamente colossal
Refletindo a luz do sol
Porém faltou o dinheiro
Desviado por inteiro
Pelos ladrões de escol
Igual a terra sem dono
Descuidada e no abandono
Conduta que eu não abono
Nem o povo da cidade
Porque afasta o turista
Que não quer na sua vista
Tanta imoralidade
Ponho ao poema um fim
Sonhando dentro de mim
Surgir de novo um jardim
Naquele tão lindo canto
Pedindo a Deus uma ajuda
Que por favor nos acuda
Com o teu sagrado manto