O poço de Santana

Neste poema matuto

Que da minha mente emana

Venho fazer um registro

Sobre o Poço de Santana

Nas margens do Seridó

Um dos rios de Caicó

Que dão vida a este pó

Hoje região urbana

Havia ali vivo poço

Da natureza um colosso

Para os filhos de Santana

Refúgio de um vaqueiro

Que ao fugir no tabuleiro

Deum touro bravo e guerreiro

Pediu à Santa perdão

Hoje o poço é ofendido

Pela cidade agredido

Ninguém lhe estende a mão

Antes fonte de água pura

Usada na agricultura

Ou noutra qualquer cultura

Pelo homem sertanejo

Tem o seu futuro incerto

Um esgoto a céu aberto

É somente isso o que eu vejo

Vi também um gesto feio

Falso, cheio de arrodeio

No dia que aqui veio

Os que representam o povo

Com projeto tão bonito

Feito por grande perito

Só pra nos lesar de novo

Ao lado dele, uma ilha

Novo espaço que hoje brilha

Composto de uma trilha

Para o povo corredor

E o poço abandonado

Deixando a ilha ao seu lado

Testemunhando o fedor

No projeto inicial

Seria o poço afinal

Novamente colossal

Refletindo a luz do sol

Porém faltou o dinheiro

Desviado por inteiro

Pelos ladrões de escol

Igual a terra sem dono

Descuidada e no abandono

Conduta que eu não abono

Nem o povo da cidade

Porque afasta o turista

Que não quer na sua vista

Tanta imoralidade

Ponho ao poema um fim

Sonhando dentro de mim

Surgir de novo um jardim

Naquele tão lindo canto

Pedindo a Deus uma ajuda

Que por favor nos acuda

Com o teu sagrado manto

Polion de São Fernando
Enviado por Polion de São Fernando em 04/08/2013
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