Dominguinhos, tem forró no céu?
No aeroporto de Recife, espiando artes na vitrine, uma imagem na memória. Ao fole, Dominguinhos. E eu, à espera do pássaro de ferro que me levaria a Petrolina, perguntei:
E aí, Dominguinhos, tem forró no céu? Ao que me respostou:
Que falta me faz um xodó
Um sorriso, amor de querer
Eu, Zé Ninguém, vivo tão só
Amor, paixão, alegre viver
Meu exercício: o desapego
Mochila cheia de saudade
Um sorriso sincero, verdade
Doce abraço, um aconchego
Que alivia meu cansaço
Que mata aquela vontade
Como esquecer o abraço
Tu és minha cara-metade
Bom estar de novo contigo
Meu corpo sentindo você
Estrela mais linda, abrigo
A paz que eu gosto de ter
Olhar que me prende, fascina
Tua quase me pedes regresso
Mergulhe na felicidade, menina
Não precisa de senha, ingresso
Dia a dia, tá difícil me esquecer
Ficaste com um pedaço de mim
Sofrimento ajuda a aprender
Mergulhe, é felicidade sem fim
Vontade, desejo, meu mel
Que saudade daquele beijo
Do olhar, do abraço, desejo
De passear na lua e no céu
Pouco fácil ficar sem você
Um amor gostoso demais
Um cheiro que dá prazer
Aguardo o abraço da paz
Viaja meu pensamento
Em busca do benquerer
Ser feliz, meu argumento
Mínimo que posso fazer
Passei em frente à tua casa
Lembrei o primeiro sorriso
Um meigo olhar me arrasa
É noite de lua no paraíso
Beleza morena na pele
Que faz o cabra endoidar
Rimando com a letra ele
Tive que me apaixonar
Viver de praia me consome
Trabalho, tenho onde morar
Não choro sequer de fome
No sobrenome o meu lugar
Tempo é duro no ambiente
É amigo da minha história
Morada Nova, terra quente
Barbatão ficou na memória
Vamos simbora no repente
Vamos embora sem demora
No cordel a rima é pra frente
Dragão cutuquei com espora
Tanta coisa a gente inventa
Em verso e prosa meu lugar
Uma poesia que arrebenta
É que as pedras vão cantar