QUASE NO FIM DA VIDA
Num desabafo, e num quase grito,
Cheguei a uma triste conclusão;
A realidade do amanhã é feito um lixo
Não bem tratado causa combustão
Ou se feito o laço se desmancha fácil.
É necessário antes, seja dado um nó,
Ou o amanhã será no mínimo ingrato
E no final da vida estaremos sós.
Chorava tristemente aquela senhora
Que sem ter com quem contar,
Quase no fim da vida e ainda chora,
Um pranto de tristeza que ao brotar,
A deixa desolada e chorando implora
Porque aquele laço se quer desmanchar!
Percebe faltar pouco para ir embora
E mesmo assim, ninguém quer lhe escutar.
Tomei-lhe pela mão, lhe apresentei um livro,
Que começou a ler ainda soluçando,
Até que adormeceu e hoje eu consigo
Me colocar no lugar dela, imaginando
Se alguns dos laços que eu criei, foi dado um nó,
Para que não se desmanchem facilmente
E eu não venha a me sentir tão só,
Tendo ao meu lado quem me olhe docemente.