* A chave do paraíso *
Um frade gastava a sua vida
Costurando hábitos e remendando.
As roupas dos frades do convento
Já estava se acostumando.
Fazia por caridade,
Amor, carinho e amizade.
Todo dia estava costurando.
Estava quase morrendo
E durante sua agonia.
Dirigiu-se aos confrades:
Pedindo quase sem energia.
- Tragam-me a chave do Paraíso!
Somente dela eu preciso
Quero encontrar Jesus e Maria.
Coitado, está delirando!
Quem é capaz de entender.
O que será que ele diz?
Ou está querendo dizer?
Será que está querendo a Regra?
Ou é uma peça que nos prega?
Inventando que vai morrer.
Será que pede o Rosário?
Melhor, vamos dar-lhe uma cruz.
Ele negava com a cabeça.
Outro dizia: - Quer uma luz.
Por fim, um frade entendeu.
E na cozinha correu
Ele quer pena de avestruz.
Tirou uma agulha do estojo
E a levou ao moribundo.
Ele pegou o minúsculo objeto
Examinou por um segundo.
Animado, murmurou:
- Quero agradecer ao senhor
É o melhor amigo deste mundo!
Trabalhamos tanto, não é mesmo?
E cumprimos a vontade de Deus.
Agora, abra a porta do céu.
Com esta chave que me deu.
E o frade morreu feliz.
Foi encontrar o justo juiz
Ninguém nunca o esqueceu.
A agulha fora o instrumento
Que o ajudara, dia após dia.
A ganhar o Paraíso.
Sua maior alegria.
Quem tem amor e caridade
Já tem a facilidade
De ir para o céu algum dia.