* A chave do paraíso *

Um frade gastava a sua vida

Costurando hábitos e remendando.

As roupas dos frades do convento

Já estava se acostumando.

Fazia por caridade,

Amor, carinho e amizade.

Todo dia estava costurando.

Estava quase morrendo

E durante sua agonia.

Dirigiu-se aos confrades:

Pedindo quase sem energia.

- Tragam-me a chave do Paraíso!

Somente dela eu preciso

Quero encontrar Jesus e Maria.

Coitado, está delirando!

Quem é capaz de entender.

O que será que ele diz?

Ou está querendo dizer?

Será que está querendo a Regra?

Ou é uma peça que nos prega?

Inventando que vai morrer.

Será que pede o Rosário?

Melhor, vamos dar-lhe uma cruz.

Ele negava com a cabeça.

Outro dizia: - Quer uma luz.

Por fim, um frade entendeu.

E na cozinha correu

Ele quer pena de avestruz.

Tirou uma agulha do estojo

E a levou ao moribundo.

Ele pegou o minúsculo objeto

Examinou por um segundo.

Animado, murmurou:

- Quero agradecer ao senhor

É o melhor amigo deste mundo!

Trabalhamos tanto, não é mesmo?

E cumprimos a vontade de Deus.

Agora, abra a porta do céu.

Com esta chave que me deu.

E o frade morreu feliz.

Foi encontrar o justo juiz

Ninguém nunca o esqueceu.

A agulha fora o instrumento

Que o ajudara, dia após dia.

A ganhar o Paraíso.

Sua maior alegria.

Quem tem amor e caridade

Já tem a facilidade

De ir para o céu algum dia.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 24/07/2013
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4402848
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