DIGA SE NÃO É VERDADE-05.

Pau podre não dá cavaco,

Fraco não quer desafio,

O mole não pega o pato,

Perigo é a curva de rio,

Bom do milho é pamonha,

Pra viver na patagônia,

Precisa gostar de frio.

Dizem que não cai o raio,

Duas vez no mesmo lugar,

E não cai longe do talho,

Um cavaco ao se soltar,

Nó cego é ponta de corda,

Pra amassar fero é bigorna,

Quando o ferreiro malhar.

Ta sempre longe de brigas,

Quem tem medo de pancada,

Quer se livrar de fadigas,

Durma em hora marcada,

Pro forte não tem moleza,

Para espantar a tristeza,

Comece a contar piadas.

Pra correr é preciso fôlego,

E também ter resistências,

Só consegue apagar fogo,

O que toma providencias,

O boi fujão dá trabalho,

Mas se acha com chocalho,

E um pouco de paciência.

Para aquele que tem fome,

Bago de jaca é banquete,

Pro malandro virar homem,

Só cobrindo no porrete,

O galo que foge da rinha,

Leva o nome de franguinha,

E o dono sofre o despeite.

Chifre é coisa que criaram,

Mas o boi tem de nascença,

Não se atem em inventário,

Se a herança não compensa,

Golpista só pensa em ganho,

Mas quando cai no estanho,

Vai chorar a conseqüência,

O domador de serpentes,

Precisa contar com a sorte,

Pra não ser pego no dente,

E assim provar da morte,

Se o peixe tem barbatanas,

A cobra não tem pestanas,

O boi tem força no cangote.

Pular muro é pra moleque,

Que tem sebo nas canelas,

Assim foi criado o leque,

Pra confortar as donzelas,

Gostoso é o doce da vovó,

Não se amolece o mocotó,

Sem muito fogo na panela.

O frango que canta cedo,

Toma conta das galinhas,

Quem tem fiofó tem medo,

Ao ver a sorte mesquinha,

E o galo quando envelhece,

Pouco tempo permanece,

E a panela é a sua rinha.

Formigas que criam asas,

Cai longe do formigueiro,

Corre cedo e não se atrasa,

O que quer chegar primeiro,

Quando o moleque se ferra,

Esperneia, grita e berra,

Vai pra mão do carcereiro.

Não há brabo que resista,

Na boca de uma pistola,

Nem encara um repentista,

Se não for bom da cachola,

O jogador sem as manhas,

Arrisca passar vergonha

Ao ter contato com a bola.

Dizem que o bom goleiro,

Também precisa ter sorte,

Mas se não tiver zagueiro,

Que lhe sirva de suporte,

Pode sair envergonhado,

Sendo ali bombardeado,

Quando o ataque for forte.

Sem lenha não há fogueira,

Sem frio pra que cobertor,

Não se pesca de peneira,

Se o peixe é grande senhor,

O forte da planta é a raiz,

Pois não se mete o nariz,

A onde ninguém chamou.

Se a pessoa é indiscreta,

Entra sem ser convidada,

Porém se ela for esperta,

Não se mete em enrascada,

Quem deixa de ponderar,

Quando o momento chegar,

Pode cair em emboscada.

Conhece-se o podador,

Pelo manejo com o facão,

O cabra que é trovador,

Não engasga no refrão,

Chuva fina é molha bobo,

Não fica em mesa de jogo,

Quem foge de confusão.

Veículo velho é sucata,

É um ditado conhecido,

Arrisca-se entrar na mata,

O que quer viver perdido,

O malandro sem malícia,

Sofre na mão da polícia,

Ou cai pra outro bandido.

Dinheiro na mão de trouxa,

É dos malandros a alegria,

Também a pessoa frouxa,

Se manda ao ver anarquia,

Bobo é dormir de touca,

O peixe morre pela boca,

E a vingança se come fria.

Vai-se a hora lentamente,

Descreve assim o poeta,

Mas o cantor de repente,

Tem a mente sempre alerta,

Mesmo com a cuca a ferver,

Jamais cogita em perder,

Em nenhum verso na certa.

Não se fala em tristezas,

Onde existe a diversão,

Mas é se sentando a mesa,

Que se compartilha o pão,

Se concordas ser verdade,

Digam com sinceridade,

Dando a vossa opinião.

Cosme b Araujo.

22/07/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 22/07/2013
Reeditado em 31/07/2013
Código do texto: T4398868
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