Incontrei Um Casamento !
Sai pra caminhá
Dá uma vortinha na estrada
Fui andano... Fui andano...
Sinti o sole escardano
Quondo oiei pra minha pele
Tava quente e resecada.
Andei mai muncadiquim
Sofreno naquele camim
Mai logo na curva da frente
Eu avistei uma matinha
Logo fiquei alegrinha
Cá sombra qui ieu ia incontrá.
Cheguei bem pertinho da mata
Oiei as árve verdinha
Uma sombra bem fresquinha
Num pude me contentá
A sombra me cunvidava
Pra modi na mata ieu intrá.
Fui intranno dê mansinho
Pensano qui ieu tava suzinha
Mai quondo ieu oiei pra frente
Avistei o Sô Zezinho
Cum um machado na mão
E a mão já tava erguida
Pra jogá uma árve no chão.
Oiei cum cara dê braba
Falei, num fais isso nâo !
Baxa logo esse machado
Bota o machado no chão
Ocê qué cortá a árve
Que veio oferecê sombra
E ar pro nosso purmão.
Ele ficô quetinho
Dispois se pois a chorá
Falô que tava cortano
Uma bengala pra iscorá
O corpo que tava véio
Sem tê muié pra casa .
Carmei ele cadiquim
Falei num pensa ansim não !
Socê num cortá a árve
Ieu te dô meu curação
Ocê num tá véio
Só tá male acabado
Mai se ieu casá cocê
Ieu te prometo qui todo dia
Nóis vai deitá na sombrinha
E tê o corpo renovado !
E o acordo foi feito
Sô Zezim ficô animado
Ficô filiz cá idéia
Me deu um abraço apertado
E ali memo cumeçô
Um amô qui num acabô
E pra sempre será venerado.
Maria Lamanna
Rio Preto-MG