BRASIL ACELERADO





BRASIL ACELERADO
Silva Filho


O Brasil pega o embalo
Em verdadeira banguela
Com pontes e viadutos
Rodovias e pinguelas;
Modernos aeroportos
Modernização dos portos
Esquecendo as Caravelas.

Obras de saneamento
E também de habitação
O Brasil de cara nova
Em constante mutação;
São cem anos em dois anos
Compensando os enganos
Que temos por tradição.

O Programa é correto
Sobre a infraestrutura
Mas não é prioridade
Nesta nossa conjuntura;
Porque o grito do povo
Já não é assim tão novo
E sem resposta, perdura.

A SAÚDE do Brasil
Em coma – jaz condenada
Um imposto PROVISÓRIO
Só pagou as marmeladas;
Faltam médicos, enfermeiros,
Instrumentos, cozinheiros,
Remédios, camas, bancadas.

Há um jogo de empurra
União para Estados
Municípios lá na ponta
E hospitais superlotados;
Gente morrendo nas filas
Tendo somente mochilas
E pesadelo dos lados.

Uma grande invenção
Há nos PLANOS DE SAÚDE
Para quem é empresário
Jorra grana amiúde;
Poucos privilegiados
Pagam pra ser enganados
Em nome da quietude.

Com a carga tributária
Que se tem neste país
SERVIÇOS ESSENCIAIS
Devem ser regra-matriz;
Pois o povo quer retorno
Em vez de tanto suborno
Nesta Nação infeliz.

A SEGURANÇA SUMIU
Temendo as balas perdidas
Os crimes são incontáveis
Colhendo diversas vidas;
Os bandidos dão as cartas
E o Governo faz apartas
Pra enfeitar avenidas.


Armas de grosso calibre
Estão na guerra urbana
Quem na rua se arrisca
Tem uma mente insana;
E o Poder indiferente
Está mandando pra gente
Uma baita de banana.

Um Governo que cochila
Deixa seu povo de luto
Os bandidos se encorajam
E invadem seu reduto;
Pra manter seu arsenal
Não respeitam General
Pois depois vem o indulto.

O Brasil tem Parlamento
Onde sobram foragidos
A TESE DE LEI SEVERA
Sempre fere seus ouvidos;
Porque no dia da caça
O doutor teme a desgraça
De ser um dos recolhidos.

CRESCIMENTO NA SAÚDE
E também na SEGURANÇA
Isso é PRIORIDADE
Razão da nossa COBRANÇA;
Pois cidadão moribundo
E quem foi pro outro mundo
Sucumbiram na LAMBANÇA.

Vejo que não adianta
Tanta infraestrutura
Se o povo sem SAÚDE
Nunca sabe se tem cura;
Quem no lar está trancado
Sem SEGURANÇA, ilhado
Vê CRESCER a amargura.

Vamos brecar o Brasil
nesse ritmo tresloucado
O Brasil que só quer obras
Deixando o povo largado;
Pra deitar no corredor
Dum hospital sem doutor
Totalmente desprezado.