Festeiros de São José
Na fazenda em que vivi;
Morava gente importante.
Meu avô comprou a casa,
Dos primeiros habitantes.
Otaviano Augusto Pedrosa;
Criador de porcos ele era.
Um deles a chegar,
Nos primados desta era.
Daí ! -A cidade cresceu;
E não parou de andar.
Dos antigos só restou,
O direito de amar.
Os leilões se realizavam;
Porcos, galinhas e rês.
Comprar sino da capela,
E, tocar somente uma vez.
Cada um tinha o direito;
Em dar uma badalada.
No sino e contentar,
Numa corda de lambada.
Os homens iam primeiro;
Uma hierarquia danada.
Criança não tinha vez,
E,quem sabe! A mulherada.
O padre entrava na festa;
No meio da confusão.
Querendo que, todos tivessem,
A mesma diversão.
Padre José era só festa;
Pra toda comunidade.
Não havia quem o tirasse,
Daquela insanidade.
O povo gritando e pulando;
Querendo a sua vez.
A fila ia crescendo,
Quem sabe! Um dia talvez...
Mês de maio na matriz;
Íamos todos rezar.
Um Pai nosso, Ave Maria!
Pra Nosso Senhor ajudar.
Com o frio que fazia ;
Justo naquele lugar.
Agasalho era pouco,
Nunca tinha pra usar.
Numa loja do arraial;
Como era chamado o lugar.
As vezes encontrava,
Artigos de luxo pra comprar.
Mas, a grana era curta;
Na colheita se podia.
Roupa nova se vestir,
Andava feliz,todo dia!
Gente boa, de coração puro;
O vigário me ensinou.
Coisas que aprendi,
E o vento não levou.
A humildade,é um dever;
De todos os cristãos.
Devemos acreditar,
Em nossas orações.