O MINEIRO E O PAU DE SEBO.KKK
Olha nós aqui de novo,
Pra mais um causo contar,
É um pouco engraçado,
Quem ler vai se admirar,
O cabra não tinha medo,
Pra subir em pau de sebo,
E fazia isso por gostar.
Foi numa grande festança,
De um pequeno povoado,
Do grande estado de Minas,
Segundo o causo contado,
Um velho saçariqueiro,
Chamado Mané mineiro,
De braços avantajados.
Foi lá nesse povoado,
Numa festado divino,
Fincaram o pau de sebo,
Em um varote bem fino,
Eucalipto descascado,
Liso e todo ensebado,
A atração dos meninos.
Com oito metros de altura,
Tinha prêmios variados,
Tênis e bolas de futebol,
Roupas e CDs pendurados,
E na ponta bem seguro,
Um embrulho meio escuro,
O prêmio mais cobiçado.
Porem o bendito prêmio,
Era de fato um segredo,
Ninguém sabia o que era,
Nem os velhos e mancebos,
E todos que ali chegavam,
De sebo se lambuzavam,
Pra subir no pau de sebo.
O povo faziam farra,
Aumentando a multidão,
E o cabra se lambuzava,
Da barriga até o calção,
Faziam fila a meninada,
Subindo na vara ensebada,
Mas não saiam do chão.
Então o Mané mineiro,
Disse seu moço espere ai,
Eu vou mostra procês,
Que inda tem home aqui,
Sai todo mundo de perto,
Que aquele tal de objeto,
Ta reservado pra mim.
Esse tal Mané mineiro,
Gostava de uma oncinha,
E durante aquela festa,
Bebeu algumas caixinhas,
O povo dava gargalhada,
Quando viu a presepada,
Do velho só de sunguinha.
E quando Mané, mineiro,
Foi tentando se ajeitar,
Pra subir no pau de sebo,
Não conseguiu segurar,
A sua calça se rasgou,
E o pobre do velho ficou,
Sem tempo pra concertar.
O jeito foi tirar sua calça,
E ficar apenas de cueca,
Com as pernas magricelas,
E de sebo uma meleca,
Parecendo um maçarico,
Ou uma dupla de palitos,
Espetando uma perereca.
Foi àquele alvoroço,
A meninada toda gritava,
Segura firme seu Mané,
E o velho escorregava,
E ele foi se lambuzando,
Com terra se misturando,
Quanto mais se segurava.
Até que em fim desistiu,
De tentar a tal façanha,
Quase com sessenta anos,
E os braços em langanhas,
Desse feito esmoreceu,
E ali mesmo adormeceu,
Numa situação estranha.
Lá pelas altas da noite,
Quando o barulho cessou,
O tal de Mané mineiro,
De seu porre despertou,
Dando uma de esperto,
Não havia ninguém perto,
Ao pau de sebo se achegou.
Disse consigo é agora,
Que eu venço essa parada,
E com as calças na mão,
Apesar de está rasgada,
Por não conseguir subir,
Balançou o pau até cair,
O que lá em cima estava.
Porem o Mané mineiro,
Viu o que não esperava,
Passou enorme sufoco,
Uma vergonha braba,
Quando o tal pacote caiu,
Foi então que descobriu,
O tamanho da mancada.
Com a cabeça doendo,
Sujo parecia um porco,
De tanto pegar sereno,
E de seu extremo esforço,
O cabra falava bem fino,
Mas depois do desatino,
Acordou falando grosso.
O tal presente mais alto,
Que todo o povo almejava,
Escapou pelos sopapos,
Do varote que balançava,
Não era mais nada menos,
Do que um queijo pequeno,
Que ninguém adivinhava.
O queijo desceu rolando,
Daquele varote abaixo,
Batendo em Mané mineiro,
Que quase fez um regaço,
E o mineiro se assustou,
E pra todo mundo olhou,
Fazendo uma cara de taxo.
Então disse nunca mais,
Eu caio nessa enrascada,
De subir em pau de sebo,
Sofrendo a troco de nada,
Disse só pra me vingar,
Vou esse queijo devorar,
Todinho de uma sentada.
Assim termina o causo,
Desse tal Mané mineiro,
Que apesar de ser papudo,
Era um exímio cachaceiro,
E a história do pau de sebo,
Todos contam sem segredo,
Nas festas o tempo inteiro.
Esse é apenas um causo,
De tantos que são contado,
Por nosso Brasil a fora,
Eu o deixei aqui narrado,
Deixando o Mané mineiro,
O velhote saçariqueiro,
E esse causo registrado.
Cosme B Araujo.
29/06/2013.