O MATUTO E A PRESIDENTE.

Quero tirar da cachola,

Um relato em ficção,

De um brasileiro matuto,

Lá das bandas do sertão,

Que um dia de repente,

Perguntou a presidente,

Sobre a manifestação.

João matuto no sábado,

Viu a grande confusão,

Perto do Mané garrincha,

Com a tal manifestação,

A torcida organizada,

Vendo a Dilma ser vaiada,

Discordar da multidão.

Deu-se inicio a sua fala,

Enquanto a turma vaiava,

O matuto bem pertinho,

Quando Dilma discursava,

Ouvindo a tudo calado,

Mas já de plano formado,

Ninguém lá desconfiava,

Então bem devagarzinho,

Penetrou no camarote,

Onde Dilma se encontrava,

Aprontou pra ele um trote,

Com microfone na mão,

Ali no jogo da seleção,

Dando uma de repórter.

Então ficou só de olho,

Pra ver qual a reação,

Enquanto ela falava,

O Huuu! Era o refrão,

Logo a ela se chegou,

Já que a arenga acabou,

Só para apertar a mão.

Disse ele dona Dilma,

O que eu queria saber,

Por que é que esse povo,

Está vaiando voz me cê,

E ela nem se importou,

Mas o João continuou,

O que tem pra nóis dizer.

Disse ela olha seu moço,

Pra que isso protestar!

Pois criei no governo,

Bolsa até pra passear,

Isso é falta de respeito,

Mas já eu acho um jeito,

Faço a eles se calar.

É verdade presidente,

O que o povo ta falando,

Em todos esses protestos,

Da grana que tão gastando,

Dos super faturamentos,

Em todos os orçamentos,

A cada dia aumentando.

Nada disso é verdade,

Isso é boato inventado,

Só porque uma mulher,

Tem a tudo comandado,

Isso é dor de cotovelo,

Eu sou deles o pesadelo,

Isso é fato consumado.

Mas presidente o povo,

Ta vivendo na miséria,

Olha o transporte publico,

O que faz com a galera,

Tira-lhe o ultimo centavo,

Veja que o povo ta bravo,

Pior que uma pantera.

Engana-se meu amigo,

Com as bolsas que criei,

Pro sustento da pobreza,

Tudo na forma da lei,

Só uma está faltando,

Eu estou até pensando,

Em criar a bolsa gay.

Veja meu caro reporte,

Como a vida melhorou,

Você ver alguém chorando,

Com o dinheiro que dou?

Basta um pouco de esforço

Pois nada sai do meu bolso,

Quem paga é o trabalhador.

E se na próxima eleição,

Que já é o ano que vem,

Com essa copa do mundo,

Mas tem eleição também,

E esse o povo se revoltar,

E na senhora não votar,

Daí a culpa é de quem?

Amigo não se preocupe,

O povo não tem memória,

Basta ter uma graninha,

Que eles botam tudo fora,

Disse-me Lula meu irmão,

Que eu ganhava a eleição,

Só com essa bolsa escola.

Diga-me o que aconteceu?

Eu ganhei do concorrente,

Mas fácil do que pensava,

Veja aqui sou presidente,

Espere pra ver em breve,

Vamos criar a bolsa greve,

Só pra tapear essa gente.

Olha o povo é tão burro,

Que inventa quebradeira,

E muitos nem imaginam,

Que fazendo essa besteira,

Que vão ficar mais lascado,

Ter que trabalhar dobrado,

Pra pagar essas asneiras.

E o que a senhora me diz,

Dessa nossa educação?

Com as escolas em sucatas,

Em um ambiente de cão,

Que funcionários de escola,

Só não ta pedindo esmola,

Por respeito ao cidadão.

Esse problema não é meu,

Se não nos sobra dinheiro,

Tenho que agradar a elite,

Eles são os meus parceiros,

E quem não tiver contente,

Que sejam mais coerentes,

E vá morar no estrangeiro.

E o que me diz dos políticos,

Que já foram condenados,

Nenhum deles está preso,

Embora sejam culpados,

Por que a lei é diferente,

Uns condenam veementes,

Outros são beneficiados?

Se eu não entendo de lei,

Não posso lhe responder,

Isso é com os magistrados,

Pois são deles esse dever,

O que eu sei na verdade,

É que existe a imunidade,

Não me pergunte porquê.

E sobre a tal maior idade,

Que tão querendo mudar,

De dezoito pra dezesseis,

Já que eles podem votar,

Com tantos adolescestes,

Assaltando nossa gente,

Será que não vai melhorar?

Sabe sobre esse assunto,

É um pouco complicado,

O povo está pedindo isso,

Por que eles são lesados,

Não tenho tido problema,

Pois já criei um esquema,

Com seguranças ao lado.

Com esse novo pacote,

Vai fazer eles se acalmar,

Pois com a bolsa drogado,

Não é necessário roubar,

Com o seu próprio cartão,

Cada um tem seu quinhão,

Ninguém mais vai reclamar.

É isso ai meus amigos,

Termino aqui meu recado,

Esse texto é uma sátira,

Por um artista inventado,

Mesmo sem ser realidade,

Tem ele muitas verdades,

Em um cordel bem bolado.

Cosme B Araujo.

21/06/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 21/06/2013
Código do texto: T4352219
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