Os dias seguintes

Num futuro não distante

Visto nas lentes históricas

Que refletem nesse instante

Um passado de retóricas

O que hoje é um relevante

Brado de gentes heroicas

Projeta-se novamente

Uma esperança anil

Decorrente das sementes

Espalhadas no Brasil

Pelas massas insistentes

Mas que antes já se viu

A motivação de um povo

Muitas difusas carências

Num frenesi espantoso

Questionando as competências

Carregando seus estorvos

Em democrática ingerência

Será que há mando ardiloso?

Será que o franco é delírio?

Será que será de novo

Algum ardil vitalício?

Que conduzirá num engodo

Os jovens a seu serviço?

Surgirá daí alguém

Emanado das camadas

Que enxergue mais além

Que pavimente a estrada

Sem repetir o vai e vem

Que nunca nos leva a nada?

Será que os responsáveis

Dos desmandos irão sentir

Tudo que é urgente e grave

Que eles vivem a repetir

Nas campanhas miseráveis

Sem quase nunca cumprir?

Será que essa gente jovem

Com a necessária energia

Possui ciência e comprove

Que está em sintonia

Com as razões que os movem

Que emanam tanta empatia?

Ou teremos idealistas

Que no decorrer do tempo

Sobressaem-se na lista

De prováveis elementos

Mas que vão virando artistas

Nalgum planalto avarento?

Perdoem-me a desconfiança

Desculpem meu ceticismo

É que minha esperança

Já viu tantos outros sismos

Repetindo a militância

E depois tanto egoísmo

O que respalda na história

Esta indignação

São as pequenas vitórias

A cada revolução

Mas precisamos a gloria

Uma total redenção

Mudar valores nas mentes

Dos palacetes aos guetos

Ideologicamente

Reestruturar os conceitos

Reeducar essa gente

Que parece não ter jeito

Ok, a válvula abriu

A pressão tende a cair

A TV já exibiu

Toda a imprensa a aderir

E agora, o que se extraiu?

Qual o caminho a seguir?