Nóis, os Virgulino!
Lampião nasceu aceso,
Aluminhando o sertão,
Já com todos os adereço,
E com a peixeira na mão,
O bofe do lado avesso,
Na bainha do facão,
Estipulou o seu preço,
Pro mode da inflação,
Anunciando o começo,
Da grande revolução.
O sertão mal dividido,
Como rezava o vigário,
Dava pro povo sofrido,
Um tiquinho do salário,
O cerumim do ouvido,
E o diploma de otário,
Pros coroné do partido,
As terra do inventário,
Todo capim produzido,
Nos dia do calendário.
Lampião julgava errado,
E agitou um reboliço,
Juntou uns gato pingado,
Foi falar com pade Ciço,
Apeou e ouviu calado,
Ao santo foi submisso,
Saiu de lá contentado,
Pronto pra dá o serviço,
Já que foi abençoado,
Sem ter de pagar por isso.
Se embrenhou no sertão,
Magote de cabra macho,
Com muita convicção,
Molejo no espinhaço,
Justiça nas oração,
A morte no seu encalço,
Jabá , farinha e feijão,
Rapadura em pedaço,
Cachaça perto da mão,
Pra quando sentir cansaço.
Uma tropa intinerante,
Desde o sertão pro agreste,
Que nem um judeu errrante,
Seguiu o cabra da peste,
Um cavaleiro elegante,
Dono da roupa que veste,
E iniciou um levante,
De norte a sul, leste a oeste,
Cada lugar, uma amante,
Cada amante, um pivete.
Patente de capitão,
Como manda a hierarquia,
Na frente do pelotão,
Pra demostrar valentia,
Lá estava lampião,
Na mira da oligarquia,
Chapéu de couro e gibão,
Que o sertanejo vestia,
E a plena convicção,
De que a seu povo servia.
Um guerrilheiro valente,
Ou um bandido desalmado,
Opinião diferente,
Dividia os dois lado,
Pros ricos, não era gente,
Pros pobres, era louvado,
Pros coroné e os parente,
Seu facão era afiado,
Pro povo dito, inocente,
Farinha e capote assado.
Foi assim a vida inteira,
Como inté hoje em dia,
Tem fã clube de carteira,
E a raiva da burguesia,
No cinema, tem cadeira,
E esgota a bilheteria,
Na história brasileira,
É folclore ou fantasia,
E o sangue da peixeira
É a sua biografia.
Virgulino, o lampião,
Um Lênin tupiniquin,
Não era nenhum ladrão,
Assaltante ou coisa assim,
Era um homem de ação,
Que lutou até o fim,
Embora na contra-mão,
Batendo em gente ruim,
Era de bom coração,
Porém de curto estopim.
Cangaceiro socialista,
Sem utopia e sem nada,
Guerrilheiro estrategista,
Jogava as carta marcada,
Contra os cabra vigarista,
Das mansão encastelada,
Os verdadeiro avalista,
Da pobreza enraizada,
Crescente a perder de vista,
Mesmo pra vista aguçada.
A pobreza que assola,
O Brasil da maioria,
Que vive pedindo esmola,
Que apanha quando arrelia,
Que os coroné inda enrola,
Prometendo melhoria:
Os moleque na escola,
Condução e moradia,
E muito pão na sacola,
Pra acabar com a bóia fria.
A mesma conversa fiada,
Dos tempos de lampião,
Da mesma coronelada,
Que se apossou da nação,
E que vive aquartelada,
Nas mais moderna mansão,
Ou nas igreja lotada,
Fingindo suas oração,
Ou comendo a marmelada,
Temperada na a eleição.
Oxente, meu companheiro,
Me dê cá a sua atenção,
Pois nós todo é cangaceiro,
A gente querendo ou não,
Pois o Brasil brasileiro,
É o Brasil de lampião,
Do povo, que sem o dinheiro,
Trabalha na construção,
Da riqueza que o estrangeiro,
Arremata nos leilão.
Vamos vestir o chapéu,
Roupa de couro e gibão,
Pois nada cai lá do céu,
Tem que ter revolução,
Para não deixar ao léu
A nossa devolução,
É o nosso voto de fé,
Na fé da nossa união,
Nós vamos morrer de pé
Como morreu lampião.
Lutar ao cair no chão !
Lutar de cabeça erguida!
Reconquistar o quinhão,
Que nos dá direito à vida.
É essa é a nossa missão,
Pois não há causa perdida,
É preciso dar a mão
pra mão que não tem guarida
e até mesmo o coração,
na penúltima batida.
Lampião nasceu aceso,
Aluminhando o sertão,
Já com todos os adereço,
E com a peixeira na mão,
O bofe do lado avesso,
Na bainha do facão,
Estipulou o seu preço,
Pro mode da inflação,
Anunciando o começo,
Da grande revolução.
O sertão mal dividido,
Como rezava o vigário,
Dava pro povo sofrido,
Um tiquinho do salário,
O cerumim do ouvido,
E o diploma de otário,
Pros coroné do partido,
As terra do inventário,
Todo capim produzido,
Nos dia do calendário.
Lampião julgava errado,
E agitou um reboliço,
Juntou uns gato pingado,
Foi falar com pade Ciço,
Apeou e ouviu calado,
Ao santo foi submisso,
Saiu de lá contentado,
Pronto pra dá o serviço,
Já que foi abençoado,
Sem ter de pagar por isso.
Se embrenhou no sertão,
Magote de cabra macho,
Com muita convicção,
Molejo no espinhaço,
Justiça nas oração,
A morte no seu encalço,
Jabá , farinha e feijão,
Rapadura em pedaço,
Cachaça perto da mão,
Pra quando sentir cansaço.
Uma tropa intinerante,
Desde o sertão pro agreste,
Que nem um judeu errrante,
Seguiu o cabra da peste,
Um cavaleiro elegante,
Dono da roupa que veste,
E iniciou um levante,
De norte a sul, leste a oeste,
Cada lugar, uma amante,
Cada amante, um pivete.
Patente de capitão,
Como manda a hierarquia,
Na frente do pelotão,
Pra demostrar valentia,
Lá estava lampião,
Na mira da oligarquia,
Chapéu de couro e gibão,
Que o sertanejo vestia,
E a plena convicção,
De que a seu povo servia.
Um guerrilheiro valente,
Ou um bandido desalmado,
Opinião diferente,
Dividia os dois lado,
Pros ricos, não era gente,
Pros pobres, era louvado,
Pros coroné e os parente,
Seu facão era afiado,
Pro povo dito, inocente,
Farinha e capote assado.
Foi assim a vida inteira,
Como inté hoje em dia,
Tem fã clube de carteira,
E a raiva da burguesia,
No cinema, tem cadeira,
E esgota a bilheteria,
Na história brasileira,
É folclore ou fantasia,
E o sangue da peixeira
É a sua biografia.
Virgulino, o lampião,
Um Lênin tupiniquin,
Não era nenhum ladrão,
Assaltante ou coisa assim,
Era um homem de ação,
Que lutou até o fim,
Embora na contra-mão,
Batendo em gente ruim,
Era de bom coração,
Porém de curto estopim.
Cangaceiro socialista,
Sem utopia e sem nada,
Guerrilheiro estrategista,
Jogava as carta marcada,
Contra os cabra vigarista,
Das mansão encastelada,
Os verdadeiro avalista,
Da pobreza enraizada,
Crescente a perder de vista,
Mesmo pra vista aguçada.
A pobreza que assola,
O Brasil da maioria,
Que vive pedindo esmola,
Que apanha quando arrelia,
Que os coroné inda enrola,
Prometendo melhoria:
Os moleque na escola,
Condução e moradia,
E muito pão na sacola,
Pra acabar com a bóia fria.
A mesma conversa fiada,
Dos tempos de lampião,
Da mesma coronelada,
Que se apossou da nação,
E que vive aquartelada,
Nas mais moderna mansão,
Ou nas igreja lotada,
Fingindo suas oração,
Ou comendo a marmelada,
Temperada na a eleição.
Oxente, meu companheiro,
Me dê cá a sua atenção,
Pois nós todo é cangaceiro,
A gente querendo ou não,
Pois o Brasil brasileiro,
É o Brasil de lampião,
Do povo, que sem o dinheiro,
Trabalha na construção,
Da riqueza que o estrangeiro,
Arremata nos leilão.
Vamos vestir o chapéu,
Roupa de couro e gibão,
Pois nada cai lá do céu,
Tem que ter revolução,
Para não deixar ao léu
A nossa devolução,
É o nosso voto de fé,
Na fé da nossa união,
Nós vamos morrer de pé
Como morreu lampião.
Lutar ao cair no chão !
Lutar de cabeça erguida!
Reconquistar o quinhão,
Que nos dá direito à vida.
É essa é a nossa missão,
Pois não há causa perdida,
É preciso dar a mão
pra mão que não tem guarida
e até mesmo o coração,
na penúltima batida.