Nada se perde tudo acumula

Era um sonho, era um país

Um tipo de liberdade

Era um mundo mais feliz

Uma virtude, um pecado

Era a hora da verdade

Viver como sempre quis

Exercitar as vontades

Eram novas experiências

Universo de eventos

Eram coisas de momento

Que atenderiam às carências

Teorias postas em prática

Que aos poucos revelariam

Se dão prazer ou se matam

Entusiasmos dosados

Tudo em gotas degustados

Medições a cada passo

Nada mais precipitado

Imprevistos amortecidos

Como cabe ao indivíduo

Mais ou menos calejado

E os filtros foram chegando

Com os pós que se formavam

Parâmetros se amoldando

Aos limites desenhados

Macetes, canchas, montando

Uma forma de se mexer

Nos territórios marcados

Mais dureza que aventura

Menos vida de vaidades

Mais que se quis de amargura

Menos lazer que saudade

Tarde chegava mais cedo

Com suas pitadas de medo

Que tudo já fosse tarde

Sincretismo inevitável

Entre passado e futuro

Com seus pontos positivos

Com o mais verde alem dos muros

Uma vez mais de uma vida

Na vida que, dividida,

Definitivos apuros

Somos acumulativos

De memórias expansíveis

Antes queremos abrigo

Depois luxos impossíveis

Brincadeiras que almejam

Sem enxergarem o que desejam

Sem saber do imprevisível

É abrir esses pacotes

Esses embrulhos incógnitos

Será a pedra da sorte

A se postar sobre a mesa

Ou uma bomba ignóbil

Que a reluzir os envolve

Dará alegria ou tristeza

No final ficamos múltiplos

Muito mais que imaginamos

Duas terras, vidas, mundos

Tudo de bom que passamos

Querendo trazer conosco

Todo momento amigo

As coisas que experimentamos