Vigário e Agenor
Certa vez lá na mi’a terra
Uma história me contaram
Que meu primo, o Cabeçudo
Era filho de um vigário
Meio encabulado, saí a pesquisar
Consultando os vizinhos primeiro
Perguntava aqui e acolá
Se alguém sabia o caso inteiro
Um bocado do povo afirmou
A causa da história feia
De um "belo" rapaz se encantou
Minha tia, quando solteira
Depois que o tal viajou
A fim de uma vida melhor
Titia pariria alguém
A ser criado pela vovó
O rapaz após algum tempo
Voltou para o interior
De onde fugiu correndo
Quando viu o primo Agenor
Não podia mais aceitar
Sendo ele agora um padre
Que filho viesse a criar
pior sendo de sua carne
O menino pra seu azar
Saiu sua cara escritinha
Lembrava ele em tudo
Até nas muitas espinhas
Mas a maior semelhança
Entre filho e padre posudo
Era que a infeliz criança
Seria outro cabeçudo:
Vovó estragou-o com mimos
Da mãe tem melancolia
Desprezo tem pelos filhos
Do pai herdou a covardia!