Vigário e Agenor

Certa vez lá na mi’a terra

Uma história me contaram

Que meu primo, o Cabeçudo

Era filho de um vigário

Meio encabulado, saí a pesquisar

Consultando os vizinhos primeiro

Perguntava aqui e acolá

Se alguém sabia o caso inteiro

Um bocado do povo afirmou

A causa da história feia

De um "belo" rapaz se encantou

Minha tia, quando solteira

Depois que o tal viajou

A fim de uma vida melhor

Titia pariria alguém

A ser criado pela vovó

O rapaz após algum tempo

Voltou para o interior

De onde fugiu correndo

Quando viu o primo Agenor

Não podia mais aceitar

Sendo ele agora um padre

Que filho viesse a criar

pior sendo de sua carne

O menino pra seu azar

Saiu sua cara escritinha

Lembrava ele em tudo

Até nas muitas espinhas

Mas a maior semelhança

Entre filho e padre posudo

Era que a infeliz criança

Seria outro cabeçudo:

Vovó estragou-o com mimos

Da mãe tem melancolia

Desprezo tem pelos filhos

Do pai herdou a covardia!

Janete Santos
Enviado por Janete Santos em 30/03/2007
Reeditado em 18/09/2020
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