Cordel ao herói campesino

No passo da peonagem

Em faço a minha romagem

Pelo meu velho sertão

Trazendo dentro do peito

O verdadeiro conceito

Do nosso velho rincão

Nesse meu sertão querido

Eu vou cantando o gemido

Do caboclo agricultor

Esse rebento matuto

É visto como um bruto

Explorando seu labor

Na mais pesada labuta

O sertanejo disputa

A vida com mais respeito

Sem temor ao sofrimento

O sertanejo portento

Vai cantando satisfeito

No seu convívio modesto

Ergue o sertanejo lesto

A clava da abolição

Num debate sem temor

O nosso herói agricultor

Proclama a libertação

Não teme a luta ferrenha

O sertanejo da brenha

Sempre fora um paladino

Na mais tremenda disputa

Não se curva na labuta

Do seu labor campesino

Não dispõe de clavinote

Não briga de piparote

Quando quer se libertar

Mostra a clava verdadeira

A picareta brejeira

Que a prendera a manejar

No seu trabalho estupendo

O sertanejo pudendo

Não foge à grande labuta

Porque seu maior pendor

É ser bom trabalhador

É ser portento na luta

Na quentura do nordeste

O meu sertanejo agreste

Canta a vida proletária

Sentindo grande constêrno

Pedindo terra ao governo

Pra nossa reforma agrária

Cordel de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio Agostinho, hoje homem dedicado às letras.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 23/05/2013
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