Poesia para Eugenite

Poesia para Eugenite

Eugenite é seu nome

E GEU é seu apelidio

Sendo nossa irmã mais velha

Nos criou nos deu abrigo

Desde criança ela foi

Quem recebeu o castigo

De cuidar de seus irmãos

De fazer todo trabalho

Dar mamadeira no colo

Sem ter nenhum atrapalho

E ainda apanhava

Quando sentava no galho

Pois nunca teve direito

De brincar feito criança

Pois desde muito pequena

Já recebeu como herança

Os irmão pra tomar conta

Hoje lhe resta a lembrança

Pois todo ano nascia

Um irmão para cuidar

E assim foi dezesseis

Mas cinco não chegoun lá

Os dez ela tomou conta

E consegui carregar

E quando era criança

Foi para escola estudar

E colocou umas botas

De lama pra se mostrar

Sujou as bancas todinha

E pra não fujir da linha

Em casa foi apanhar

Mesmo assim ela ainda

Tinha as vezes que cuidar

De toda arrumação

Muitas vezes ia encontrar

As bonecas das irmães

Que não gostava de olhar

Tinha raiva das bonecas

Tinha uma rejeição

As bonecas parecia

O trabalho com os irmãos

Isso ela odiava

Quando podia rasgava

As bonecas com a mão

Era aquela confusão

De vez em quando sumia

As bonecas das irmães

Era aquela agonia

Ela ficava calada

Mas muitas vezes jogava

Sobre a casa de uma tia

Depois de quase dez anos

Papai veio a comprar

Uma casa na cidade

Pra gente ir estudar

E Eugenite cuidava

De todos que estava lá

Sendo ela a mais velha

Nós tinhamos que obedecer

E até mesmo apanhar

Para cumprir o dever

Era ela a nossa mãe

Que viemos conhecer

Fomos criados por ela

Mamãe não dava importancia

Só fazia nos bater

Era como uma vingança

Ou uma satisfação

Que lhe dava confiança

Pois todo fim de semana

Mamãe chegava por lá

Pra saber o que fizemos

E tambem para apanhar

quem não andasse direito

O pau quebrava acolá

Mamãe quando ia chegando

Era como um pé de vento

A gente todos corriam

Se escondiam no batente

Se passava o relátorio

E ela chamava a gente

Não gosto nem de lembrar

Pois era aquele horrou

Hoje nossas reações

São frutos do seu terrou

E Eugenite coitada

Era o nosso defensor

Eugenite foi um dia

Visitar o escoteiro

E viu ali um rapaz

Que foi dela o primeiro

Que pegou em sua mão

Conquistou seu coração

E deixou de ser solteiro

Porem não foi muito rápido

Esta sua decisão

Começaram a namorar

Mas não tinha previsão

De quando ia casar

Aí só no empurrão

Passou um ano, dois anos

Três, quatro , cinco e seis

E não se ouvia falar

Nem mesmo qual era o mês

Que iriam se casar

E o sogro a esperar

Uma decisão de vez

Mas não se via do noivo

Se quer uma decisão

Quando passou dos dez anos

Recebeu um encontrão

Do sogro desesperado

Que não madou nem recado

Foi direto na questão

Disse o sogro, ou rapaz

O que quer com minha filha

Já são quase dose anos

Não vejo qualquer folia

De pensar em se casar

Ocupando o lugar

De um homem que podia

Aí ele despertou

E começou se arrumar

E em menos de um ano

O casorio foi marcar

E marcou para janeiro

E foi assim bem ligeiro

Não mais pensou em mudar

No ano sessenta e dois

O casamento se deu

E voces não acredita

Como isso aconteceu

No engenho Potozi

Não havia padre ali

Mas o casório se deu

Hoje faz 50 anos

Que isso aconteceu

Estamos comemorando

Tudo na graça de Deus

Porque ainda estão juntos

Olhando bem o conjunto

Esses dois nos convenceu.

Pois quem conhece Eugenite

Sabem bem quem ela é

Não gosta de brincadeira

Nem que pegue no seu pé

O coitado do Rodrigues

Já sofreu tanto castigo

Mas não fugiu da mulher

Ainda vivem casados

Ninguem sabe como foi

Que estes dois se uniram

Não deixando pra depois

Até hoje vivem juntos

Num romance para dois

Termino aqui minha história

Com toda satisfação

De Eugenite e Rodriges

Que não tem comparação

Um foi feito para o outro

Como a brasa por carvão

Caga Sebo do Nordeste (Ernane Muniz)
Enviado por Caga Sebo do Nordeste (Ernane Muniz) em 17/05/2013
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