Cara e coração

A calma que em mim se vê

A paz que estampa o semblante

Que ameniza o viver

Que me faz equidistante

Provavelmente sem ter

Aparentes resultantes

Não sei se é pra se crer

Se é pra ficar confiante

É que os resquícios deixados

Das mil atribulações

Não são contabilizados

Nessas considerações

Mas escorrem pelos lados

Se escondem nas concessões

Frestas, guetos dos pecados

Guardados em cantos vãos

Cara e coração atores

Encenam diuturnamente

Escondendo às turras dores

Nem sempre tão irmãmente

E as arestas vão ficando

Submersas sob as sombras

Protegias dos arroubos

Tal como ponto de honra

Vez por outra alguma brisa

Vinda dos tempos sem tempo

Ensaia iluminar a lida

Ressuscitar bons momentos

Férias mais curtas, calma breve

Sonho de sesta espanhola

Volto à calma que se deve

Como esta que sinto agora