"Detesto dia das mães"!!!

Eu estando acostumado

A ouvir de jão cocá

Conversas hilariantes

De me fazer gargalhar

Sentir-me massa falida

Quando escutei na vida

O causo que vou contar.

Jão falou sinceramente

Mas custei acreditar

Porém eu não sendo justo

Não podia discordar

Para não ser traidor

Como investigador

Comecei investigar

Relatarei o comento

Que ouvir naquele dia

Quando deitei pra dormir

Digo sem hipocrisia

Se então eu cochilava

A conversa ressoava

Dormi eu não conseguia

No terreiro conversando

Numa noite de luar

Depois de feito o enterro

Da mãe de Chico fuar

Jão limpou sua garganta

Minha emoção foi tanta

Quando começou falar

Jão falou bem claramente

Pra todo mundo escutar

Detesto dia das mães

Esse ser tão singular

Essa mulher arretada

Que vira noite acordada

Dando ao filho de mamá.

Eu achei tão esquisito

Olhei pra Chico Fuar

Que ficou desconcertado

Mas não quis argumentar

E não consegui dormi

Porque será que ouvi

Amanhã vou perguntar

No outro dia acordei

Antes de o galo cantar

Falei mulher estou indo

Na casa de jão cocá

Até ao escurecer

Se por lá eu não morrer

Pode crer que vou voltar

A mulher falou assim

Credo em cruz ave Maria

Deu cocorote na mesa

E falou com alegria

Fale assim pra Guilhermina

Vir com cocá e Sirina

Quando puder, qualquer dia.

Então segui galopando

Na minha mula dengosa

Passei na casa de Bento

Depois na casa de Rosa

Uma hora de galope

Estalei o meu chicote

La na fazenda formosa

Na porteira da fazenda

Gritei assim, ô de casa.

Coca gritou ô de fora

Vermelho igual uma brasa

Pois já estava de pé

Esquentando seu café

Num bule velho sem asa

E saiu acabrunhado

Ascendendo num tição

Um cigarro que pitava

E na bainha um facão

Dei bom dia a jãococá

Ele respondeu de lá

Marra a mula no mourão

Apeie ligeiramente

E amarrei à dengosa

Entrei fechei a porteira

E comecei minha prosa

Com cocá e Guilhermina

Sua velha concubina

Mulher sincera e bondosa

Cocá foi lá ao fogão

E seu tição ascendeu

Guilhermina fez café

Uma caneca me deu

Minha emoção foi muita

Ao fazer a tal pergunta

Ao que ele respondeu

Tem coisa boa no mundo

Que me traz grande alegria

O nascimento de cristo

Filho da virgem Maria

E o alivio do parto

Que mãe sentiu lá no quarto

Na hora que eu nascia

Mas tem coisas que detesto

E não posso concordar

Como pode um ser humano

Ir pra escola estudar

E dizer nesse domingo

É pra mim um dia lindo

E eu nem vou trabalhar

É um dia especial

De quem me gerou um dia

Igual à mãe de Jesus

A santa virgem Maria

Vou comprar um bom presente

Chamar um monte de gente

Pra fazer uma folia

Se for rico vai ao shopping

Compra montões de presente

Se pobre vai à bodega

Enche a cara de aguardente

A mãe se finge feliz

Mas o seu coração diz

Seja forte mãe carente.

Eu pensado aqui lhe digo

E tu hás de concordar

A maltrata o ano todo

Dá desgosto sem parar

E só um dia do mês

O seu filho diz que fez

Algo pra lhe agradar?

Foram tantos sofrimentos

Varias noites sem dormir

Desde o dia que nasceu

Ate hoje estar aqui

Chorou mais de uma vez

E só um dia do mês

Ele quer lhe fazer rir

Iludido por caprichos

Dessa tal sociedade

Que faz propagandas caras

La no campo ou na cidade

Pra vender presente caro

Amor sentimento raro

Fica preso numa grade

O homem vive nas trevas

Ninguém consegue ver luz

A pascoa lembra só ovo

Esquece a morte na cruz

Diga-me se não faz pena

Trocar o homem da rena

Por nosso grande Jesus

Sem saber o que falar

Sem o que falar saber

Eu falei pra Guilhermina

Gorete mandou dizer

Pra aparecer por lá

Com Sirina e jão cocá

Ela que te conhecer.

Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento,

Provérbios 3:13

joãocorin
Enviado por joãocorin em 12/05/2013
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