NÃO A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
Um Jovem Paulista Morto
E por um Motivo Banal
Sua morte então gerou
Uma comoção nacional
Fomentando o debate
Da maioridade penal.
Se tendo dezesseis anos
O jovem já pode votar
Porque não ir pra cadeia
Se ele assaltar e matar?
Se já é um criminoso
Como tal tem que pagar.
Só que esse argumento
Não tem muita consistência
Não será essa medida
Que findará com a violência
Vamos deixar a comoção
E analisar com coerência.
Dos menores infratores
Entre todos os detentos
Internos da Fundação Casa
-Apontou um levantamento-
Que os homicidas somam
Pouco mais de um por cento.
Sendo assim é inviável
Uma medida tão rude
Que não trás benefício
Para nossa juventude
O que o Brasil necessita
É que bastante coisa mude.
A principal das mudanças
Deve ser na educação
Pois esse é de fato
O grande X da questão
Chega de paliativos
Queremos resolução.
Me lembrei de uma história
Vou contar ela agorinha
É do século dezoito
Lá Da Terra da Rainha
De uma pessoa disposta
E que começou sozinha.
O Senhor Robert Raikes
Um jornalista dedicado
O Jornal de Gloucester
Do seu pai havia herdado
Escrevia um artigo
Em sua sala concentrado.
Foi então que de repente
Perdeu sua concentração
Lá fora muito barulho
Muito grito e palavrão
Uma leva de crianças
Promovia a agitação.
Raikes foi até a janela
E com os meninos reclamou
E por alguns instantes
Aquela zuada parou
Mas não demorou muito
E o barulho recomeçou.
Sobre as Penitenciárias
Ele tentava escrever
Pois achava que os presos
Por não terem o que fazer
Ao ganharem a liberdade
Ao crime iriam recorrer.
O erro estava bem aí
Segundo esta sua visão
Pois pra ele o preso tinha
Que aprender uma profissão
E assim faria sentido
A tal reabilitação.
Ao ser incomodado
Pelo barulho das crianças
Raciocinou um bocado
E viu nelas a esperança
Se elas fossem o foco
Então haveria mudança.
Se a educação não vai bem
O resto também vai mal
E o reflexo estava
No sistema prisional
Por isso que Raikes criou
A Escola Dominical.
Só havia o domingo
Pra fazê-las estudar
Pois durante a semana
Elas tinham que trabalhar
Pois as fábricas gostavam
De crianças contratar
Pois assim pagavam menos
E lucravam muito mais
Isso era uma prática
Natural por demais
E muitos desses meninos
Ajudavam os seus pais
Robert Raikes enfrentou
Uma ferrenha oposição
A maioria dos opositores
Ligados à religião
Que diziam que as escolas
Eram uma profanação.
Pois o Domingo era dia
Consagrado ao Senhor
Era um dia de descanso
Não era um dia de labor
Era dia de ir a Igreja
Buscar de Deus o Seu favor.
Não se importando com isso
Promoveu uma revolução
Começou de modo simples
Com a alfabetização
Hoje ele é considerado
Patrono da Educação.
Alcançando sua meta
Vendo a criminalidade
Diminuindo mais e mais
Na sua querida cidade
Mostrando qual o caminho
Que faz mudar a realidade
Que esse belo exemplo
Por aqui seja seguido
Criança e Adolescente
Com futuro garantido
Tratado com cidadania
E não como bandido.
E você faça sua parte
Seja mais politizado
Pois existe uma galera
Que te quer alienado
Pra não ver as falcatruas
De políticos safados.
Seja esperto o bastante
Pra que a manipulação
Não domine sua mente
Desviando a sua atenção
De assuntos importantes
Relevantes pra nação.
Lembre-se que nós teremos
Mais um processo eleitoral
E lá na frente da urna
Você que é o maioral
Pra escolher a mudança
Ou deixar tudo igual.