Sem compromisso
Pergunto-me qual o sentido
Indago-me sobre a razão
Porque será que é tão difícil
A tal comunicação
-Sinal de fumaça?
- É fogo! Não! É um só um sinal
Uma linguagem primitiva
De escolha ocasional
Um grito! - Não grita comigo viu!
- Engano! É só atenção!
Pra salvar tua boiada!
Olha a precipitação!
...E a caravana segue
Trombando por não entender
Que amizade respeitosa
Não é paixão, é prazer!
Que ausências são normais
Em quem tem mil obrigações
Que estudar não se restringe
A apenas a uma lição
Confiança e liberdade
Andam sempre de mãos dadas
Se as coisas já são difíceis
Inexistem pressionadas
Uma verdade esperta
Que vive a me buzinar:
- Fica peixe camarada!
- Tu não precisas mudar!
As pessoas muitas vezes
Só escutam o que lhes convém
E só querem entender
Aquilo que lhes faz bem
O mundo é muitas cabeças
E em cada uma tem um
E pra que a coisa aconteça
Há de ser pro bem comum
...É que o meu carro de boi
Segue a velha tradição
Sacramentada que foi
Carro atrás, boi na tração!
Caso o rumo da estrada
Não agrade aos passageiros
Paro, devolvo a passagem
Passo a carga a um companheiro
É assim a amizade
São assim as relações
É pena porque mais tarde
É que se vê a razão
Por isso tomo cuidado
Com o que escrevo ou falo
Não sou tão obstinado
Pintou confusão, me calo
Pois o silêncio é amigo
Ajuda clarear a mente
Pode vir a impedir
Um passo errado da gente
A amizade corre solta
Não há porque lhe parar
A não ser que uma das partes
Não queira mais conversar
Tudo que rola e rolou
Pode apenas suavizar
Homenageando a leve
Relação do poetar