ÁRIDA INDIFERENÇA
ÁRIDA INDIFERENÇA!
Silva Filho
A sequidão tomou conta
Do meu querido Sertão
A água ficou escassa
O pasto sumiu do chão
A passarada fugiu
Na busca dum ribeirão.
O gado morre de sede
Se de fome não morrer
Açude que tinha água
Tem lama pra gente ver
O solo tem rachaduras
E o céu parece ferver.
Quem investiu na lavoura
Perdeu toda a semente
A plantação ressecou-se
Com o calor inclemente
O camponês perde tudo
Mas nunca fica descrente.
Gente humilde desprezada
Não tem água pra beber
Quando passa um carro-pipa
Só tem água pra vender
De onde tirar dinheiro
O campônio quer saber.
Panelas longe do fogo
Sem ter nada pra cozer
O céu fechou as torneiras
Que servem para chover
E tudo que tinha vida
Começou a encolher.
Imagine essa gente
Sem ter comida na mesa
Sem ter a água no pote
Sem frutos da natureza
Vivendo por um milagre
No mundo da incerteza.
Crianças choram de fome
Adultos sentem fraqueza
A dor maior nesta hora
Tem o nome de pobreza
E a vida por um fio
Tem morte na sobremesa.
Há promessas de Governo
De carro-pipa mandar
Pra minorar esse drama
E muitas vidas salvar
Mas o carro que aparece
Não pretende ajudar.
Sem recursos financeiros
Pobre gente condenada
Olha pro céu e espera
Alguma nuvem sagrada
Que possa deixar cair
As gotas abençoadas.
Situação d’emergência
Sem o socorro devido
O dinheiro está na Copa
Com a FIFA comprometido;
A FIFA quer fazer farra
Longe do povo sofrido.
ÁRIDA INDIFERENÇA!
Silva Filho
A sequidão tomou conta
Do meu querido Sertão
A água ficou escassa
O pasto sumiu do chão
A passarada fugiu
Na busca dum ribeirão.
O gado morre de sede
Se de fome não morrer
Açude que tinha água
Tem lama pra gente ver
O solo tem rachaduras
E o céu parece ferver.
Quem investiu na lavoura
Perdeu toda a semente
A plantação ressecou-se
Com o calor inclemente
O camponês perde tudo
Mas nunca fica descrente.
Gente humilde desprezada
Não tem água pra beber
Quando passa um carro-pipa
Só tem água pra vender
De onde tirar dinheiro
O campônio quer saber.
Panelas longe do fogo
Sem ter nada pra cozer
O céu fechou as torneiras
Que servem para chover
E tudo que tinha vida
Começou a encolher.
Imagine essa gente
Sem ter comida na mesa
Sem ter a água no pote
Sem frutos da natureza
Vivendo por um milagre
No mundo da incerteza.
Crianças choram de fome
Adultos sentem fraqueza
A dor maior nesta hora
Tem o nome de pobreza
E a vida por um fio
Tem morte na sobremesa.
Há promessas de Governo
De carro-pipa mandar
Pra minorar esse drama
E muitas vidas salvar
Mas o carro que aparece
Não pretende ajudar.
Sem recursos financeiros
Pobre gente condenada
Olha pro céu e espera
Alguma nuvem sagrada
Que possa deixar cair
As gotas abençoadas.
Situação d’emergência
Sem o socorro devido
O dinheiro está na Copa
Com a FIFA comprometido;
A FIFA quer fazer farra
Longe do povo sofrido.