Afonia

AFONIA

(... Um dia de cão! )

Uau! Itapoã sem voz...

Escutem! Ouçam!

Onde ecoar a voz de Itapoã?

Gritem, sussurrem...

Itapoã afoga,

não na praia, no mar... Em sangue!

Uau! Itapoã sem voz...

Ouçam! Escutem!

Onde o som reverberará?

Gritem, gemam, chorem...

Itapoã engolida pelo malvado dragão

pela sua bocarra violenta... Sangra!

Quem ouvirá?

Ual! Itapoã sem voz...

Murmura sem luz na escuridão

enclausurada, escondida premida pelos seus medos.

Ai de voz! Ai de nós!

Itapoã sob terra – túmulos! Geme e se decompõe.

Uau! Itapoã sem voz...

Para quem gritar?

Ao vento?

Ao tempo?

Até quando?

Que desencanto! Que desalento!

Somente resta-lhe o pranto.

Chagada,

Maculada/

Machucada/

Estuprada/

Assaltada.

Desprezada/

Violada/

Indignada...

Abandonada.

Muda, Morta!!!

Quem se importa?

BNandú 01/04/2012

BNandú
Enviado por BNandú em 30/04/2013
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