CONTRASTES DE DUAS VIDAS.
Às vezes fico pensando,
Como o mundo é ingrato,
Por vê tantos que tem muito,
Chega transbordar o prato,
Vendo que os pobres da vida,
Tem em tão pouca medida,
Como um miserável nato.
O rico vive na fartura,
Não importa com ninguém,
Come do bom e do melhor,
O que importa é passar bem,
Os filhos são bem nutridos,
Como novilhos escolhidos,
Vai do pobre muito além.
Em contraste do outro lado,
Está o pobre por sua vez,
Vivendo na necessidade,
Da falta o melhor freguês,
Dando ao estômago anistia,
Os filhos de Pança vazia,
Os trintas dias do mês.
O rico nem sente falta,
De por no fogo a panela,
Vai buscar no restaurante,
Iguarias das mais belas,
E sem nenhuma sutileza,
Enche de fartura a mesa,
Gordo igual burro de cela.
Já o pobre coitadinho,
Vive só a pele e o osso,
No dia que come carne,
É apenas a de pescoço,
E os filhos com rapidez,
Come tudo de uma vez,
No banquete de almoço.
Pão e queijo dos mais caros,
Tem o rico em seu café,
Frutas de verias qualidades,
Às vezes nem sabe qual é,
Ovos mexidos na chapa,
Biscoitos feito de nata,
E come o quanto puder.
Pena o pobre em seu café,
Povo de sorte mesquinha,
Pro pó não acabar logo,
Faz uma água ralinha,
Pra aumentar a tortura,
Adoça com rapadura,
E completa com farinha.
O rico levanta tarde,
Dez horas é madrugada,
O carro ta na garagem,
E a roupa preparada,
Então diz ao empregado,
Deixe meu carro ligado,
Que vou pegar a estrada.
O pobre levanta cedo,
Cinco ou quatro da matina,
Vai correndo pra estação,
A onde sossego termina,
Em ônibus superlotados,
Num sufoco dos diabos,
É mesmo assim sua sina.
O filho do rico estuda,
Na melhor instituição,
É levado de automóvel,
E entregue no portão,
É tratado que nem gente,
Anda garboso e contente,
Por ter boa condição.
Assim o colégio público,
É do pobre a salvação,
Vem e matricula os filhos,
Por ser fraca a condição,
Por ter tão pequena renda,
Entende que na merenda,
Tem seu filho a refeição.
Todo final de semana,
O rico vai almoçar fora,
Tem o seu título no clube,
Onde vai gastar as horas,
Passa o dia se divertindo,
Volta pra casa sorrindo,
Ser ter nenhuma penhora.
Fim de semana do pobre,
Ficou pra fazer faxina,
Limpar quintal e fachada,
Ou desinfetar latrina,
Se divertir nem pensar,
Pois o seu tempo não dá,
Por viver em tais ruínas.
Uma simples dor de cabeça,
Faz o rico passar mal,
Pois quando ele adoece,
Vai pro melhor hospital,
Se o quadro for agravado,
Viaja em avião fretado,
Tendo um cuidado total.
O pobre quando adoece,
Muitos dizem é moleza,
Mesmo caindo aos pedaços,
Tem que mostrar esperteza,
Se não se apegar com Jesus,
Vai morre na fila do SUS,
Na espera com certeza.
Se o rico vai ao cinema,
Chegando a bilheteria,
Compra tudo no cartão,
Sem nenhuma burocracia,
Tem pipoca e refrigerantes,
Compra li num instante,
Com todas as regalias.
Enquanto o pobre coitado!
Que passa a maior agonia,
Recorre ao DVD pirata,
Que se vende a reveria,
Então chama a filharada,
Que se sentam amontoadas,
Pra ter um pouco de alegria.
O aniversário do rico,
É feito em clube fechado,
Com segurança na porta,
E lugar bem reservado,
Do pobre nem sente falta,
Convida gente da alta,
Com convite selecionado.
E o pobre meu amigo,
Quando faz aniversário,
Leva um bolinho de trigo,
De tamanho secundário,
Entope o bicho de glacê,
Para aquele que comer,
Coma apenas o necessário.
Veja na festa do rico,
Tem champanhe e caviar,
wiski de marcas famosas,
Pros convidados tomar,
Toda espécie de salgados,
Pelos garçons são levados,
Aonde o convidado está.
Com o pobre é diferente,
Quando está festejando,
Faz uns espetinhos de gato,
Que no carvão vai assando,
E assim nessa brincadeira,
Em volta da churrasqueira,
Vão da carne beliscando.
Vistes amigo a diferença,
Entre as duas criaturas,
Enquanto um se diverte,
O outro vive a tortura,
Porém o que me consola,
É que no final da história,
Vão todos pra sepultura.
Lá nenhum vai falar mal,
E vão está lado a lado,
O pó será seu destino,
No seu canto sossegado.
Sete palmos de fundura,
Deixando gloria e tortura,
Escritas no seu passado.
Cosme B Araujo.
26/04/2013.