Gentileza no trem
Gentileza no trem
Dia chuvoso e bem frio,
Eu sozinho na estação;
um vazio coração,
sentindo até arrepio.
As ruas iguais um rio.
Ela chegou encharcada,
sorriu, eu não disse nada,
mas, claro, fiquei na espreita.
(Quem sabe a gente se ajeita)?
Mato a pau? Morro a pauladas?
Mania de gentileza,
eu fiquei com pena dela!
Minha revista tão bela...
(Compro outra, com certeza),
e, num gesto de nobreza,
eu forrei os seus sapatos.
Ela gostou dos meus atos,
meu jeito assim carinhoso.
No trem, que beijo gostoso!
Valeu a delicadeza.
Gilson Faustino Maia