O RETRATO DA POLÍTICA BRASILEIRA-17.
Começaram as correrias,
Por detrás dos bastidores,
Na casa de plebeus ricos,
Disfarçados de doutores,
Quando o jornal publicou,
Que o tribunal decretou,
Mudar números e valores.
Vemos está se cogitando,
Para alguns dos estados,
Cair vagas de cadeiras,
No âmbito dos deputados,
Que já estão se queixando,
Vendo a batata assando,
Muitos já estão grilados.
Quero só ficar de longe,
Só pra ouvir o bafafá,
Dessa corja de pilantras,
Que enrolam sem cansar,
Pior que homem da cobra,
Que tem goela de sobra,
Pra da cana se livrar.
Já hoje fiquei sabendo,
De mais uma patifaria,
Que os homens de gravata,
Os donos das mordomias,
Só pro povo se alegrar,
Decidiram em aumentar,
Seus auxílios moradia.
Eu não sei se você sabe,
Que todos os deputados,
Recebem uma mixaria,
Salário de um favelado,
A quantia de três mil,
Que só aqui no Brasil,
Assim que é empossado.
Dizem que essa quantia,
É pra pagar apartamento,
Enquanto o trabalhador,
Amarga no sofrimento,
Sem ter uma casa decente,
E para tentar ser gente,
Trabalha igual jumento.
Agora já é bem maior,
Esse auxílio moradia,
Que os quinhentos e treze,
Vão ganhar na freguesia,
É só três mil e oitocentos,
Que vão para o orçamento,
Junto com as mordomias.
Bem que dizia meu avô,
Que já não está mais aqui,
O político é o peixe grande,
E o pobre é um lambari,
É mal que não vai passar,
Quem ta fora quer entrar,
Quem entra não quer sair.
É justiça condenando,
E outra absorvendo,
E os políticos do Brasil,
Um a um se corrompendo,
Tudo no disse me disse,
Perdido nas canalhices,
E o Brasil inteiro vendo.
Bravo povo brasileiro,
Vivendo a duras penas,
Alimentando uma cambada,
Puros artistas de cinema,
Que mesmo estando errados,
Por trás dos advogados,
De fininho roubam a cena.
Até quando nosso povo,
Vai desse sono despertar,
Crendo e sendo enganado,
Que algo vai melhorar,
Votando a troco de nada,
E elegendo um camarada,
A ganhar sem trabalhar.
O Brasil parece um queijo,
No reino da ratolândia,
Cada um tira um pedaço,
Onde o mal canta cirandas,
E os ratos mais graúdos,
Engolem os ratos miúdos,
Como se fossem anacondas.
No vai e vem dos processos,
Empilhando as prateleiras,
De muitos dos tribunais,
Por essa nação inteira,
Na mão dos advogados,
Ficam livres os culpados,
Dessa eterna roubalheira.
Pro pobre a coisa é brava,
Pro político a coisa é fácil,
Quando pego em falcatruas,
Não se faz cara de tacho,
Olha! Que sujeito esperto,
Inventa logo um projeto,
E livra-se dos embaraços.
Nessa política brasileira,
Onde os cabras escolados,
Fazem tantas canalhices,
Que nos deixam arrepiados,
Que sinuca desgraçada!
Sai do espeto e cai na brasa,
Nisso o pobre ta lascado.
Nessa tal democracia,
Cada um faz o que quer,
Macho namorando macho,
Mulher amando mulher,
Se é errado eu não sei,
Tem todos os tipos de lei,
Pra servir a quem quiser.
Que o senhor nos ajude,
A lidar com tudo isso,
Não quero ser casca dura,
Nem cair em precipícios,
Com esse sistema errado,
Quem é pobre está ferrado,
Aqui fraudar virou vicio.
Não se iluda meu amigo,
Que é daqui pra pior,
É cobra engolindo cobra,
Assim dizia minha avó,
A coisa foi pro Beleléu,
O inferno agora é céu,
E o bem foi pros cafundó.
Com esse tipo de política,
Que o pobre vive de espera,
Pois entra ano e sai ano,
E sempre a mesma miséria,
Pra tudo isso aqui mudar,
É só nesses caras não votar,
E por na jaula essas feras.
Cosme B Araujo.
14/04/2013.