CHEGA DE EMBROMAÇÃO

Miguezim de Princesa

I

Eu não entendo por que

A Dilma desonerou

Uma carrada de produtos

Que vão pro consumidor

E, sem incidir impostos,

Tudo que é coisa aumentou.

II

Tomate a preço de ouro

Não tempera o macarrão,

Um baiano sem farinha

É um português sem pão

E o pobre fica fraco

Quando não come feijão.

III

O que foi que aconteceu

Com a cesta de produtos?

Produtor e empresário

Reclamavam do tributo

Porque queriam lucro líquido,

Mas ficaram foi com o bruto.

IV

Do jeito que o preço está

Desde o Sul até o Norte,

O povo apertando o cinto,

Beirando a hora da morte,

O transporte de verduras

Se dará em carro-forte.

V

Soube que na Paraíba,

Lá pras bandas do Sertão,

Uns cabras remanescentes

Dos tempos de Lampião

Organizaram uma quadrilha

Para roubar pimentão.

VI

Reeditaram na Bahia

Movimento meio insosso,

Que no século dezenove

Foi verdadeiro colosso:

Abaixo a carne com osso

E o feijão sem caroço!

VII

Dona Dilma abra do olho,

Ouça o conselho de novo:

Bote os impostos de volta,

Do tomate até o ovo,

Pra não passar a ideia

Que engabelaram o povo.

IX

O povo chega no açougue,

A tabela é de lascar;

Corre ao supermercado,

Dá vontade de chorar

E o pobre só pega em carne

Na hora de urinar.

X

Sobe tudo nesse mundo,

Farinha, milho e feijão,

Só não sobe é o salário

De quem trabalha com a mão.

Melhorar onerar a cesta

Que o povo não é besta,

Chega de embromação!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 10/04/2013
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