Falar... Cantar
Falar... Cantar.
Falar, cantar as belezas
...Dos jardins, flores, amores.
De encontros, desencontros e desamores.
“Bem me quer, mau me quer!”
Paixões!
Falar, cantar as belezas
... Das auroras, luminosas manhãs,
Entardeceres; o por do Sol.
Dias!
Falar, cantar as belezas
...Do negrume aveludado de um céu de verão,
E do cintilar de miríades de estrela.
Da Lua e as suas fases; os “Luais”.
Noites!
Falar, cantar as belezas
... De casais de namorados apaixonados...
Viola e violões; canções, serestas.
Dos amores em festas!
Sonhos!
Falar, cantar as belezas
... Das chuvas e dos orvalhos nas tenras folhas... Raios e trovões.
O cheiro da terra molhada.
Tempestades!
Falar, cantar as belezas
...Dos verdes das densas florestas,
A algazarra dos animais silvestres em festas.
Das aves e dos pássaros; cânticos... Suas sinfonias...
Natureza!
Falar, cantar as belezas
...Das montanhas, vales e campos; lagos e pântanos.
Picos enfeitados de brancas neves; gelos!
Da aridez das ensolaradas dunas; desertos!
Terra!
Falar, cantar as belezas
...Da imensidão oceânica,
Mares, enseadas... Praias!
Dos barcos e dos barquinhos... A singrarem...
O leviatã...
Águas!
Falar, cantar as belezas
... Dos rios, córregos, igarapés; cachoeiras e cascatas,
Em movimento a borbulharem, alimentando vidas, em direção aos mares.
Encanto!
Falar, cantar as belezas
...Dos caminhantes que caminham nas estradas sem fim,
cheios de esperanças.
Até a onde?
Destinos!
A falar, cantar... De um poeta em apuros!
Como falar, cantar... E não cantar ou não falar
da vida e das suas belezas?
...De um poeta sem rumos?
BNandú 06/04/2013