O CORDEL DO POETA DOIDO (RESPOSTA)

Dom Quixote e Lampeão

em algum lugar do sertão

se enfrentaram em desafio

Credo im Crus, eu desconfio

que a chapa vai ficar quente,

Dom Quixote no repente,

Volta Seca na sanfona

tocando bem moderninho

pra não parecer cafona,

Sancho Pança na viola

dando o tom com maestria,

Lampeão na poesia

ficando muito gabola

olhando só pras meninas

quando lhe soltavam a bola.

Tambem Antonio Silvino

não deixou passar a deixa

com seu olhar de menino

fez sua melhor endeixa

e por ser um cabra humilde,

na matéria um grande craque,

não se fez de rogado,

chamou Olavo Bilac

para dar uma palhinha.

E veio Maria Bonita

lá das Terras do Condor

para prestigiar o seu homem

cangaceiro e cantador,

chegou de saia amarrada

pra entrar na cantoria

pra dersafiar todos eles

até o raiar do dia.

O poeta AC di Paula

quiz tambem entrar na festa,

mas chegou dando tropeços,

nas rimas deixando arestas,

rimou limão com cerveja,

caxumba com brotoeja

e saiu de lá a tapa

por cantar o que não presta.

Quem não pode ir pra festa

foi o menino Corisco,

cabra valente e arisco,

tinha outro compromisso

que não foi por ,ser omisso,

já estava apalavrado

pra na beira de um caminho

se encontrar com Cervantes

e libertar Dulcineia

das torres de um moinho.

Quem criou toda essa arenga

foi o poeta AC di Paula,

que em matéria de doideira

é professor e dá aula,

mestre nessa cadeira,

cadedratico em loucura.

Depois da coisa acabada

deixou tudo à mercê,

teve que fugir às pressas

montado numa jangada

nas águas do Tietê

a

quando lhe soltavam a bola.