SOU PROFETA DO FATO INUSITADO QUE ACREDITA NA CRIAÇÃO DA MENTE

Eu sou trinco, sou porta e sou janela

Que se abrindo reabre as esperanças

Sou passagem para a vida mais bela

Sou o pelo trançado em suas tranças

Eu respeito a pureza das crianças

Pela fala que falam francamente

Vejo a planta quando olho pra semente

Sinto o gesto por cada olhar trocado

Sou profeta do fato inusitado

Que acredita na criação da mente.

Inquieto, prossigo na procura

De um modo melhor para pensar,

Não separo criador de criatura,

Quando o fato preciso analisar.

Vou no mato se quero aprofundar

Coisa simples me dá maior vertente

Eu prefiro buscar na minha gente

O saber da vivência resguardado

Sou profeta do fato inusitado

Que acredita na criação da mente.

Os meus genes de ser tão singular

São os mesmos plurais da minha raça

Fui buscá-los na origem de além mar

E hoje noto que estão na mesma praça

Mas não faço de tudo uma desgraça

Nem reputo ao cristão ato inclemente

Vou cuidando assim do meu presente

Sem deixar de rever o meu passado

Sou profeta do fato inusitado

Que acredita na criação da mente.

Os meus lados dos lobos cerebrais

Peregrinam feito aves avoantes

Inspirados nos trinos dos pardais

Pra poderem seguir quais viajantes

Nas paragens intensas dos instantes

Vão marcando em compasso mais plangente

Demonstrando que a vida é diferente

Do que foi certa feita anunciado

Sou profeta do fato inusitado

Que acredita na criação da mente.