GUERRA NA COMISSÃO DO PASTOR

MIGUEZIM DE PRINCESA

I

Depois de falar que negro

É a imagem do Cão,

Que os gays têm o defeito

De sofrer de comichão,

O pastor Feliciano

Assumiu a Comissão.

II

Lá nos Direitos Humanos,

Houve o maior reboliço:

Jean Willys pegou

Um cacete bem roliço

Para acertar o pastor,

Quase lhe quebra o toitiço.

III

“Queimar rosca todo dia”,

Disse em cartaz Bolsonaro,

Deputado de direita,

Tipo hoje muito raro,

Que fica com urticária

Só de ouvir falar em “aro”.

IV

“Queimar rosca é coisa boa”,

Respondeu um assumido.

“Pior é se dizer macho,

Pai exemplar, bom marido

E, sem sair do armário,

Queimar a rosca escondido”.

V

Feliciano acusou

As forças de Satanás

(O Cão Coxo, Zé Beiçola,

Volta Seca e Ferrabrás)

De fazerem um movimento

Para lhe passar pra trás.

VI

Chamou os gays de doentes,

Salientes, atrevidos.

Disse que “o verme na cova,

Reparando no invertido,

Comentou com o outro verme:

Esse aí já veio comido”.

VII

Defendeu também que o preso,

Na Casa de Detenção,

Quando queimar sua cama

Deve dormir é no chão

E trabalhar todo dia

Para pagar refeição.

VIII

Condenou a camisinha,

“Uma arte do Cão Cotó”;

Disse que a mulher casada

Nunca pode sair só

E só deve furunfar

No buraco do lençol.

IX

Condenou a minissaia,

“coisa do tempo moderno”;

Disse que a Miss Bumbum

Vai de encontro ao Pai Eterno

E vai arder para sempre

Nas profundas do Inferno.

X

A Bancada Feminina

Com Iara protestou:

Disse que a Idade Média

No Congresso se instalou,

Quem sabe monte outros planos.

Mesmo com Feliciano,

O mundo não se acabou.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 21/03/2013
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