CIGANICE

Dê-me cá a sua mão

Disse-me a cigana um dia

Pegou-me na contramão

Parece até que sabia

Que eu andava desconfiado

De um sujeito bem folgado

Que passava e me sorria.

Você é homem de sorte

Não carece de sofrer

Mas há um caso de morte

Que vai lhe aborrecer

Será muito desagrado

Ver o sol nascer quadrado

Mas é assim que vai ser.

Assustei com a conversa

Ela disse: - não tem jeito,

Há um poeta que versa

Para a musa sem respeito

Que nunca diz a verdade

Curte a infidelidade

Dorme com ele em seu leito.

Subiu o sangue na hora

Entendi o seu recado

Pensei comigo; é agora!

Vou pegar o desgraçado

Esperei e um belo dia

Vi ele com a vadia

Um trepando outro trepado.

Fiz justiça com as mãos

Hoje pago caro a pena

Mas não levo chifres vãos

Acabei com Madalena

E o tal galã poeta

Foi morto pela dileta

A cigana Açucena.

Ela viúva eu também

Sorte dela e sorte minha

Quando eu não vou ela vem

Traz-me a paz que eu já não tinha

Seu ex era um traidor

Traiu-nos com minha “flor”

Traidora e daninha.

Kid verso
Enviado por Kid verso em 20/03/2013
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