Atrevimento Múltiplo
Ela estava em seu canto,
E ele veio todo sacudido,
Com um olhar muito esperto,
A fala parecia grunhido,
Dizendo-lhe coisa bonita,
Conquistou-lhe pelo ouvido.
Ela se abriu feito flor,
Parecia um jasmim,
Na chegada da primavera,
Em meio a tanto capim,
Ficou tão alvoroçada,
Feito casa de cupim.
Certo dia ela chegou para ele,
E falou o que sentia,
Que além da amizade,
Uma atração existia,
E que se ele quisesse,
Ela também queria.
Ele lhe passou um rabo de olho,
Parecia não acreditar,
No fundo bem sabia,
E a temperatura haja a aumentar,
Ela falou tudo o que queria,
Sem deixar dúvida no ar.
Depois de um tempo ele ficou distante,
E ela começou a perceber,
Que havia indiferença,
Mas o que ela podia fazer,
É mulher de uma face,
Pena que ele não soube entender.
Ela não queria perturbá-lo,
Nem tira-lo do seu sério,
É uma menina decente,
Não ver em si nenhum mistério,
Se ele a ignorou,
É porque não sabe o que é mérito.
Homem bom para ela não tem nome,
Cor dos olhos, coisa e tal,
Ela é humilde e sincera,
Para ela muita coisa é normal,
Desafia qualquer um,
Que se sinta animal,
Pois sua razão é seu escudo,
Faca de lâmina fatal.
Ela sabe bem o que é,
E o que pode conquistar,
Não vai correr atrás de alguém,
Que só a faz rejeitar,
Ela ama a vida e se ama,
E esse atrevimento múltiplo,
Ele não irá praticar.
Pois um homem que a queira,
Tem que saber demonstrar,
Levar-lhe ao ápice do prazer,
Os 100% lhe dar,
Pela metade nem a lua,
Ela consegue admirar.
CarlaBezerra